O Museu de Arte de Santa Catarina vai fazer uma nova exposição
com as obras da artista plástica catarinense Eli Heil.
Está aí o tipo de notícia que gostamos de ler e ouvir!
Durante o curso sobre a História da Arte na UNISUL, tivemos a oportunidade
de ouvir mestres e doutores, sobre as artes em geral e a pintura, mais detidamente.
Eli Heil, que é referência não apenas na pintura, mas também
na escultura, no desenho, na tapeçaria e na cerâmica, nasceu em
1929 na cidade de Palhoça-SC.
Tive a oportunidade de ver suas obras através do SESC em Laguna, e da
FURB em Blumenau. Já li a respeito de sua arte em jornais, folderes e
também no sítio virtual que há em seu nome, na rede.
Fiz algumas fotos de suas telas para me deter um pouco mais a apreciá-las
em casa.
Li que sua obra será registrada em novos livros e documentário,
que serão lançados, para festejar os 80 anos que a artista completa
em 2009.
Vai nos fazer muito bem ter em mãos um livro com as cenas que a Eli
proporciona ao mundo. Provocará exercícios de diálogo íntimo
com nós mesmos, e renovará nossa perplexidade.
Há um cinema que Eli cria e amplia sucessivamente, ao limite da tensão.
No movimento de in e out ao precipitar-se para si e para o universo
ela (re)processa a gênese, em vôo obstinado, no seqüencial
da fita, pintando, esculpindo, desenhando...
A Eli não suportou tanta cor, tanta força criadora que a assomou
e então: a compulsão por espalhar seus óvulos.
Ela é a maior constrangedora de receitas prontas destes tempos .
Impressiona, causa-nos comoção a viagem a que somos submetidos
diante das suas obras. O que nelas é fartura e fragilidade é ao
mesmo tempo jactância, da boa, da que o mundo carece.
Cada obra de Eli pode ser uma independente, mas se conseguíssemos costura-las
formariam tecidos vários em um só organismo , porque a cosmogonia
que ela propõe, é uma fenomenal catarse de vida. E a vida nós
sabemos, é um jorro único.
A arte é mais forte em Eli do que ela supôs um dia, penso comigo,
e a levou a enfunar asas irreversivelmente, para as amplitudes ilimitadas do
expressar-se.
A arte-vida dentro dessa mulher-ave, dotada sobejamente de fertilidade, eclode-se
em óvulos-obras tresloucadamente, sem esperar a lua. Eli é atemporal
e inventou sua linguagem ímpar, de cores e formas, para dizer que a única
coisa importante que temos a fazer na vida, é transfundi-la em arte.
Ela assumiu-se pássaro alienígena, que coloca ovos incessantemente.
Eli é parceira da gênese e da fartura, é uma facilitadora
de blástulas e mórulas, ela sabe disto.
E nós também!