A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
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Inesperado

(R. Carvalho)

É incrível como o tempo passa. Ontem, estava feliz em um aniversário de uma irmã e amiga de sangue e coração. Muitos risos, muitos amigos, muitos presentes, muitos salgados e doces. A expressão facial de todos, um desfile uníssono de muitos sol-risos ou só-risos.

O importante estava na alegria, ainda que passageira, que se aguarda a cada ano para comemorar. Um ano de espera para comemorar nosso envelhecimento. Era um aniversário contagiante pelo imenso número de amigos, também colhidos pelo tempo. Aliás, América é um continente divergente e desconcertante em certas idéias.

De repente, recebe-se uma rápida notícia, e lá estava o choro, o pranto, o desespero na tentativa vã de consolar um filho que acabava de perder a mãe de forma tão trágica. Não nos importa como foi, importa é dar forças a um filho que terá de continuar dentro deste nosso tempo que engole minhas mãos dentro da imaginação.

É incrível como somos capazes de existir em um longo túnel do tempo, ora sorrisos, ora lágrimas. Um percurso que vai desgastando nossa existência, ora reerguendo nossas forças, ora levando nossas convicções. Precisamos apenas continuar, ainda que, desgostos apareçam em tempo errado - sempre aparecem - como num lindo aniversário.

Sabemos que o amanhã é o recomeço e toda noite um armistício. Estourando balões ou torturados pelas más notícias, não podemos ficar no lado ruim do tempo, pois toda nossa força para recomeçar está do outro lado dele. Agarre os bons momentos e se pendure em uma corda firme, o tempo sempre lhe trará boas ou más surpresas. O tempo sempre terá o dia e a noite. Descanse e viva!

  • Publicado em: 13/11/2007
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