A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

GRIS

(Dorcila Garcia)

Hoje, não sei explicar a razão, amanheci assim, triste e apagada. Acho que um pouco é culpa do tempo, que está cinzento, ameaçando chuva. Mas, no fundo, eu sei que não é. Minha alma é que acordou nublada.

Se ensolarada ela estivesse, eu sorriria quando caísse a chuva. Apreciaria o alegrar das plantas. Dormiria ao som da água escorrendo pelas calhas. Agradeceria a Deus pela providência benfazeja, pela limpeza que o céu, a seu tempo, faz aqui na terra.

Mas minh'alma despertou cinzenta. E não existe mais a minha caixa de lápis-de-cor para eu poder disfarçar a sombra que me cobre o olhar e o descolorido das vestes.

Hoje minh'alma acordou nublada. Daqui a pouco, quando a chuva cair, ela vai estar em harmonia com a natureza, chorando copiosamente...

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente