Um dia, eu tive muitos sonhos. Aspirações de infância, que
se harmonizavam com meus dons interiores. Pueril felicidade. Ainda criança,
fui me vendo professora, escritora, pianista, freira, até santa, vivendo
um mundo mágico de fantasia.
Cresci. Tomei outros rumos. Onde foi que me perdi, que abandonei esses sonhos?
Nas dispersões da adolescência? Já adulta, talvez? Hoje
carrego uma sombra quase imperceptível de frustração, como
se chorasse a perda de alguém que não volta mais.
O que me levou a substituir meus sonhos por metas práticas? Terá
sido a realidade da vida? A luta pela sobrevivência? Mas por que não
permiti que sonho e realidade convivessem lado a lado? Talvez tenha falhado
aí...Atingi muitas expectativas materiais e meus sonhos ficaram dentro
de mim, aprisionados, sufocados, teimando em manter seus débeis suspiros,
à espera do meu despertar.
Entretanto, não importa a fase da vida em que a gente esteja, ainda
há tempo. Sempre é tempo de realizar sonhos, de fazer aquilo que
nos dá prazer, que nos refrigera a alma, que nos aproxima da verdadeira
felicidade.
Fé, esperança e persistência são aliados valiosos.
Eu preciso deles, como preciso de um ombro amigo para me acalentar. Preciso
de colo, de canção de ninar. Preciso das mãos de Deus segurando
as minhas, guiando-me pelos pedregosos caminhos da vida.
Fortalecida, estarei pronta a dar o primeiro passo, a ir em busca dessa felicidade
que sempre viveu no mais profundo do meu ser, mas que, esmagada por medos e
responsabilidades, não consegui encontrar...
Felicidade, prepare a festa. Estou indo ao seu encontro!