As emoções ainda me queimam como fogo ou nicotina.
Vivi um amor aflito, que ora desfazia-se em fumaça, ora me levava ao nirvana.
A vida nada me deve, pois saturei-me de privilégios e os sentimentos me corroeram como o trago de um
cigarro.
Encontrei minhas raízes e liberei minhas culpas. Acumulei funções de mãe e mulher. Sem feminismo, fui escrava desse domínio, pleno de fonteiras movediças.
Inúmeros vícios: amar, doar-se, ousar. Nada de rendição, pois abstinências me fragilizam.
Desvendei propósitos, mensurei minhas capacidades.
Explorei terras agrestes, suei dias e agonizei noites.
Planejei cultivar um jardim, um latifúndio improdutivo feito com os meus sonhos vãos. Tentei arrendar o
território do coração alheio, quis pagar mensalidades, dízimos, vassalagem...não consegui!
Qualquer retorno aceitaria pelo caminho vivido... caminhado.
Voltei sem chão, mas continuo apertando nas mãos as minhas sementes.