Na vida, o que vale é o desafio. Estou farta de pontos, vírgulas
e reticências.
Preciso das interrogações, das exclamações. Sinto
falta das emoções, das surpresas com sabor de sorvete de morango,
do abraço apertado e emocionado. Preciso me olhar no espelho e gostar
de mim mesma, descobrir novo brilho nos olhos, um sorriso malicioso nos lábios.
Não quero medir comportamentos segundo meus padrões ultrapassados.
O estímulo é tão valioso! O ombro do amigo é melhor
que almofada, é artigo de primeira necessidade. Existem momentos em que
precisamos de colo, do afago nos cabelos, dos olhos nos olhos, mesmo sem palavras,
pois elas nem são importantes nesses instantes. Cultivamos muitas vezes
a solidão, com nossos medos secretos, nossos desejos de amar reprimidos.
Boa parte do que escrevo, é, paradoxalmente, verdade e mentira, coragem
e covardia, ousadia e temor.Na verdade, é um novelo desenrolado, com
o qual componho meu bordado descolorido e sem vida.
E entre pontos e vírgulas, reticências e travessões, vou
tentando dar significado ao que não tem a menor importância...mas,
o que eu queria mesmo eram respostas para minhas constantes indagações
e muitas...muitas exclamações de prazer e alegria.