A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
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PAÍS DA UTOPIA

(Maria José Zanini Tauil)

Era uma vez, um país onde os governantes tomavam conta de todos, o poder sempre do lado dos honestos, dos éticos e ser bom trazia grandes e inumeráveis compensações.

Nesse país, só os menores de três anos eram analfabetos, não havia polícia, pois não havia crimes de quaisquer espécies. As casas só tinham portas e janelas para não deixarem penetrar o frio e a chuva, mas ninguém sabia o que era fechadura. ou trinco.

Nesse país, morrer por causa de bala perdida,na violência das grandes cidades, só acontecia em filmes de ficção. Bancos não tinham portas giratórias nem detectores de metais, motoristas respeitavam os sinais e nunca houve morte no trânsito.

Se não havia polícia, muito menos presídios. No verão, pelas madrugadas, os notívagos , que fugiam dos raios solares, faziam caminhadas despreocupados, os poetas e seresteiros buscavam inspiração à luz do luar. Os amantes apaixonados faziam amor com janelas abertas e as estrelas iluminavam o erótico cenário.

Nesse país, ninguém sabia o que era fila, os médicos recebiam seus pacientes na sala de visitas, (pois lá, não havia sala de espera,) com um caloroso abraço e um cafezinho.

Nesse país, os quartéis eram imensos parques floridos e os canhões, monumentos decorativos nos jardins, por onde subiam trepadeiras.Soldados eram treinados para serem exímios jardineiros.

Nesse país, não havia rico nem pobre. Todos tinham fartura e viviam com dignidade, pois havia a partilha e a solidariedade.

Nesse país, os velhos eram respeitados, ouvidos e valorizados, não havia discriminação de qualquer tipo.

Nesse país, as crianças tinham asas e voavam como anjos, numa pequena mostra do que é o céu...

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