A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
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ROMANTISMO PÓS-MODERNO

(Maria José Zanini Tauil)

Romântico é romântico...não importa a época. Mesmo hoje, no pós moderno, os temas se repetem, simplesmente porque o amor é mola propulsora de qualquer tempo.

O Romantismo literário, em sua época, idealizava a mulher amada, como um sonho, um anjo ou uma virgem inerte. Havia o medo do amor, sempre sublimado e associado à morte.

O poeta era egocentrista, pessimista, rodeado de tristeza e dor, contagiado pelo mal do século, a tuberculose, que matou muitos deles com vinte e poucos anos.

O curso universitário feito em Portugal, gerava a saudade da terra natal, daí o romantismo saudosista: "Minha terra tem palmeiras"...

A situação da época, centrada na vontade de tornar o Brasil independente do jugo português, tendo a sua própria identidade cultural, gera o romantismo nacionalista.

Cá pra nós, prefiro o romantismo de hoje. Os problemas da época tornavam os românticos tristes, sem perspectivas de alegria...
mas e nós?

Problemas existirão sempre! Também temos motivos: as drogas, o crime organizado, a Aids, a violência urbana. Quem vai à rua, não sabe se volta. A morte também nos ronda. Mesmo assim, os poetas não vivem falando em morte e sepulturas em seus versos.

Só fala de amargura se for mal amado. Acho o romântico de hoje mais corajoso, viaja nas asas da fantasia.

Ele não idealiza a mulher, tornando-a inacessível como uma estrela no céu. Ela é palpável, beijável, abraçável.

O amor não é sublimado. Ele culmina com a união de corpos, na cumplicidade total do ato sexual.

O romântico manda flores e diz: "eu te amo", sem constrangimento algum.

Muitos, impulsionados por tão nobre sentimento, chegam ao altar...pode até durar pouco aquele "amor eterno", mas lá, eles juram, convictos, de que será até que a morte os separe.

  • Publicado em: 03/08/2004
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