Romântico é romântico...não importa a época.
Mesmo hoje, no pós moderno, os temas se repetem, simplesmente porque
o amor é mola propulsora de qualquer tempo.
O Romantismo literário, em sua época, idealizava a mulher amada,
como um sonho, um anjo ou uma virgem inerte. Havia o medo do amor, sempre sublimado
e associado à morte.
O poeta era egocentrista, pessimista, rodeado de tristeza e dor, contagiado
pelo mal do século, a tuberculose, que matou muitos deles com vinte e
poucos anos.
O curso universitário feito em Portugal, gerava a saudade da terra natal,
daí o romantismo saudosista: "Minha terra tem palmeiras"...
A situação da época, centrada na vontade de tornar o Brasil
independente do jugo português, tendo a sua própria identidade
cultural, gera o romantismo nacionalista.
Cá pra nós, prefiro o romantismo de hoje. Os problemas da época
tornavam os românticos tristes, sem perspectivas de alegria...
mas e nós?
Problemas existirão sempre! Também temos motivos: as drogas,
o crime organizado, a Aids, a violência urbana. Quem vai à rua,
não sabe se volta. A morte também nos ronda. Mesmo assim, os poetas
não vivem falando em morte e sepulturas em seus versos.
Só fala de amargura se for mal amado. Acho o romântico de hoje
mais corajoso, viaja nas asas da fantasia.
Ele não idealiza a mulher, tornando-a inacessível como uma estrela
no céu. Ela é palpável, beijável, abraçável.
O amor não é sublimado. Ele culmina com a união de corpos,
na cumplicidade total do ato sexual.
O romântico manda flores e diz: "eu te amo", sem constrangimento
algum.
Muitos, impulsionados por tão nobre sentimento, chegam ao altar...pode
até durar pouco aquele "amor eterno", mas lá, eles juram,
convictos, de que será até que a morte os separe.