A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

LáGRIMAS E DOR

(Maria José Zanini Tauil)

O céu, já com nuvens negras mergulha na noite. Com ela, vão chegando também o cansaço e a nostalgia. A chuva chega depressa e forte, encharcando o mundo. Parece que a natureza conspira contra mim e a sua revolta machuca a minha alma provocando um pavoroso espasmo.

Na tempestade, afogo todas as lembranças tristes. Um vento forte me arrasta. Falta-me o ar, a força, o alento. Pode vir um tufão, nevasca, furacão...ou bonança. Talvez eu nem note...
Estão turvos os meus olhos e meu coração. A neblina também turva a minha mente, mas não consegue aplacar a dor.

Cataclismos em convulsão. O mar se acaba no extremo abismo do meu íntimo. São nefastas as amarguras. A tormenta não pára. Relâmpagos rasgam o céu e esfacelam, por fim, o meu coração já tão ferido. Sentimentos fragmentados são espalhados por todos os cantos.
Meus olhos, solidários com a tempestade, pranteiam.

As lágrimas rolam abundantes, como riachos, abrindo caminhos pelo meu rosto, como uma bacia hidrográfica.
Um torpor me anestesia da dor imensa. Fecho os olhos e adormeço.

Quando acordar, certamente, a tempestade terá acabado.

Da janela, poderei ver a claridade do amanhecer, a devastação causada pelos ventos no meu jardim...tantas flores despetaladas no chão...

Mas, que bom! No céu poderei contemplar o arco-íris!
As tempestades não são eternas...GRAçAS A DEUS!

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente