O céu, já com nuvens negras mergulha na noite. Com ela, vão
chegando também o cansaço e a nostalgia. A chuva chega depressa
e forte, encharcando o mundo. Parece que a natureza conspira contra mim e a
sua revolta machuca a minha alma provocando um pavoroso espasmo.
Na tempestade, afogo todas as lembranças tristes. Um vento forte me
arrasta. Falta-me o ar, a força, o alento. Pode vir um tufão,
nevasca, furacão...ou bonança. Talvez eu nem note...
Estão turvos os meus olhos e meu coração. A neblina também
turva a minha mente, mas não consegue aplacar a dor.
Cataclismos em convulsão. O mar se acaba no extremo abismo do meu íntimo.
São nefastas as amarguras. A tormenta não pára. Relâmpagos
rasgam o céu e esfacelam, por fim, o meu coração já
tão ferido. Sentimentos fragmentados são espalhados por todos
os cantos.
Meus olhos, solidários com a tempestade, pranteiam.
As lágrimas rolam abundantes, como riachos, abrindo caminhos pelo meu
rosto, como uma bacia hidrográfica.
Um torpor me anestesia da dor imensa. Fecho os olhos e adormeço.
Quando acordar, certamente, a tempestade terá acabado.
Da janela, poderei ver a claridade do amanhecer, a devastação
causada pelos ventos no meu jardim...tantas flores despetaladas no chão...
Mas, que bom! No céu poderei contemplar o arco-íris!
As tempestades não são eternas...GRAçAS A DEUS!