Filhos são o nosso mundo, mas desde o primeiro suspiro, dependem de nós.
Emoção indescritível a de trazê-los nos braços
e alimentá-los ao seio.
Imagino que deve causar muita inveja ao homem protagonizarmos esse quadro de
inusitada beleza, que é a amamentação.
Exultamos com seus progressos: as primeiras palavras, o primeiro dentinho,
os inesquecíveis momentos registrados com fotos, o adeus à fralda,
à chupeta, a primeira ida à escola, primeira separação...
Há o tempo em que eles vestem o que você gosta e há o tempo
em que têm prazer de gostar do que você não gosta.
Infelizmente, não ficam pequenos sempre. Entram na adolescência.
São contestadores, aborrescentes mesmo. Querem ganhar no argumento que
não convence, são muito "sofridos", pobrezinhos, porque
a mãe do colega é sempre melhor do que você, megera!
Aos trancos e barrancos, conseguem chegar à universidade. Aí,
se julgam os donos do mundo. Carro, programas, regalias, madrugadas na rua.
Esquecemos o que é dormir bem ,nos finais de semana, por um bom tempo,
em nossas vidas.
Por fim, casam. Você respira aliviada. Ufa! Missão cumprida! O
descanso dos guerreiros.
Aí, uma resolve que quer ser mãe de quatro filhos.
"Que importância tem isso? Não atrapalharão os meus
projetos! Meus planos de trabalhar e continuar estudando, estão de pé!
...Mamãe cuida"!
Pobre mamãe, nessa altura,... pobre vovó! E o sonhado repouso
da guerreira? Não estou reclamando! juro! Adoro ser avó! É
maravilhoso! Mas e o pique para brincar de cavalinho? Para jogar bola? Brincar
de boneca? Assistir os mesmos filmes infantis, infinitas vezes... e ter a música
da Xuxa ecoando nos ouvidos até em sonhos...
"Vó, Você compra?" "Claro, querida"! E como
dizer não?
E a promessa do marido? "Quando nos aposentarmos, viajaremos, passearemos
muito"!
Não posso! Como ficar longe delas?
Temos dois tipos de ansiedade: Que os pais as levem para que possamos descansar...e
ficar no portão, à espera da chegada, quando passamos mais de
dois dias sem vê-las...porque a saudade dói demais!