A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

NEUROSES

(Maria José Zanini Tauil)

No meio da agitação das grandes cidades, somos invadidos pela angústia, a tensão e a neurose. Elas são fábricas de loucos. O cansaço e o pessimismo, instalam-se em todos os poros do nosso corpo. Há um acentuado nervosismo, tristeza e melancolia, amargurando cada passo da vida. Há uma descrença total no futuro, fechando esperanças de renascer ou frutificar.

Há os que só acordam quando se encontram sozinhos no mundo. Parecem perdidos no deserto, ou mais isolados que um náufrago sobre uma tábua em alto-mar.

É possível viver num Saara, em pleno tumulto da cidade. É necessário descobrir que nunca estamos sós. Só nós podemos criar nossos desertos. Eles são psicológicos e a presença de alguém, mesmo que imaginário, pode povoar o meu mundo particular e ser ótima companhia.

Tudo que for capaz de devolver a segurança e a alegria, torna a vida mais bela e lhe dá sentido, nesse deserto de limitações e incertezas.

Tenho o poder de colocar no mapa do meu coração, uma cidade diferente das outras...e nela, pode habitar alguém. Meus ouvidos podem conhecer seu nome, sua voz, que pode soar com ares de festa...sem que ninguém saiba disso: Apenas meu coração...

  • Publicado em: 31/03/2004
Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente