No meio da agitação das grandes cidades, somos invadidos pela
angústia, a tensão e a neurose. Elas são fábricas
de loucos. O cansaço e o pessimismo, instalam-se em todos os poros do
nosso corpo. Há um acentuado nervosismo, tristeza e melancolia, amargurando
cada passo da vida. Há uma descrença total no futuro, fechando
esperanças de renascer ou frutificar.
Há os que só acordam quando se encontram sozinhos no mundo.
Parecem perdidos no deserto, ou mais isolados que um náufrago sobre uma
tábua em alto-mar.
É possível viver num Saara, em pleno tumulto da cidade. É
necessário descobrir que nunca estamos sós. Só nós
podemos criar nossos desertos. Eles são psicológicos e a presença
de alguém, mesmo que imaginário, pode povoar o meu mundo particular
e ser ótima companhia.
Tudo que for capaz de devolver a segurança e a alegria, torna a vida
mais bela e lhe dá sentido, nesse deserto de limitações
e incertezas.
Tenho o poder de colocar no mapa do meu coração, uma cidade diferente
das outras...e nela, pode habitar alguém. Meus ouvidos podem conhecer
seu nome, sua voz, que pode soar com ares de festa...sem que ninguém
saiba disso: Apenas meu coração...