O documentário sobre o uso das urnas-E seria apropriado se exibisse não
só as poucas virtudes do equipamento bem como alguns defeitos, principalmente
o fato de não ser possível efetuar a conferência dos totais
acumulados eletronicamente contra contagens manuais em algumas zonas/seções
eleitorais escolhidas ao acaso ou solicitadas por aqueles que percebessem alguma
atitude suspeita durante o pleito.
Da forma que vem sendo apresentado, não ilustra as armadilhas que o processo
carrega e que podem ser camufladas aos desconhecedores do universo da informática
(95% da população). O formato atual imposto pelo TSE da condução
do pleito compromete o exercício pleno da cidadania, obrigando-nos a
usar mecanismos que são rejeitados inclusive nos países fabricantes
das tais urnas.
Acoplar uma impressora a cada urna deve custar menos de 5% do valor da mesma
(nada mais do que um micro "paraguaio" com um programa que pode ser
elaborado por um adolescente e corrompido por facínoras portadores da
mais letal das armas: a caneta). E qualquer que seja o preço para dar
legitimidade ao mais importante processo do país, a DEMOCRACIA pagará
com satisfação.
Com certeza, bem mais barato do que permitir que elementos nocivos sejam "eleitos"
para lesarem nossos cofres e desacreditarem nosso modelo de governo.
Este é o enfoque que o documentário deve abordar com seriedade.
Terminando por propor um amplo debate aberto com a sociedade, reunindo os gabaritados
técnicos das universidades que relatam os perigos deste processo suspeito
e os elementos do TSE para defenderem o modelo imposto (se puderem).
A propósito: já noticiaram com ênfase as danosas situações
ocorridas em Alagoas em outubro de 2006 quando centenas de urnas-E exibiram
discrepâncias nos resultados tabulados? Este fato é tão
grave quanto os escândalos de "mensalão", "sanguessuga"
e outras "pizzas" do gênero!