Para existir um bom relacionamento humano e manter uma boa qualidade de vida,
o fator básico é a boa convivência entre os habitantes
de cada comunidade.
Tipos de comunidades em ordem alfabética para não dar margem
a algum tipo de preconceito: bairro, cidade, clube, condomínio, empresa,
favela, igreja, site, vila.
A boa convivência se estabelece a partir do respeito às
normas combinadas entre os interessados em reuniões regulares. É
certo que nem sempre as normas agradam à totalidade dos afetados. Cabe
a estes, nas oportunidades adequadas, apresentarem seus argumentos lógicos
para modificar e adaptar as regras em vigor.
Mais importante ainda é aceitar e praticar as definições
estabelecidas pela maioria em tais reuniões.
Ou mudar de comunidade até encontrar uma cujas regras atendam
suas expectativas.
Apesar das reuniões terem o objetivo de equacionar os problemas
que incomodam a comunidade e servirem como oportunidade para pessoas se reverem,
em média 70% dos convidados não comparecem. Ou abandonam a reunião
após 15 minutos de presença. Depois reclamam das decisões
tomadas pelos que permaneceram e demonstram preocupação com os
assuntos da pauta. Isto é um desperdício de tempo e de energia
que poderiam ser canalizados em prol do interesse comum.
No entanto, os poucos que transgridem as leis quando lhes é conveniente,
ficam chateados quando são lembrados para não agirem de
forma errada. Não demonstram humildade mínima para reconhecer
as falhas e chegam a evitar os vizinhos que lhes pedem uma postura correta.
Imaginam que são vítimas de perseguição.
Talvez nem leiam o restante deste texto.
Com esta mentalidade envolvendo nossa sociedade, apesar das diretrizes definidas
nos regulamentos de condomínios de todos os tipos, observamos
atitudes incorretas dos moradores e dos próprios administradores nestes
locais, tais como:
- portas de acesso ao prédio que são deixadas abertas comprometendo
a segurança de todos os moradores.
- lixo que é deixado nos compartimentos sem estar ensacado e atraindo
insetos nocivos para dentro das unidades.
- lavagem das calçadas diárias usando mangueiras de água.
- animais que urinam nos corredores e elevadores sociais.
- roupas penduradas em janelas.
- balancetes entregues com atraso de quase dois meses.
- festas que deixam o som musical acima dos decibéis adequados
depois das 23 horas.
- lavagem de veículos com mangueiras ocasionando mais gastos para o
prédio.
- uso de equipamentos do prédio fora do momento permitido (fogão,
geladeira, freezer).
- ligações irregulares (gatos) de serviços públicos
(água, gás, telefone, tv a cabo, energia).
- uso irregular de vagas de garagem.
- obras que não são efetuadas apesar de combinadas nas reuniões.
- obras que são realizadas pela metade e depois tornam-se mais caras
pela demora.
- uso dos corredores como se fossem extensão dos apartamentos.
- exploração e falta de reconhecimento com os bons funcionários.
- livros de ocorrências que não são usados.
- cessão de cópias de chaves a pessoas estranhas ao prédio.
- tabelas de prioridades que não são seguidas.
- buzinaços na garage às 7:00 e após 22:00 para chamar
parentes que demoram descer. Não poderia usar o celular?
- lançamento de sujeira através das janelas.
- veículos vazando óleo no piso da garage durante semanas.
Seria normal que cada morador orientasse o faltoso para observar a
maneira correta de agir. De forma educada para demonstrar o quanto seu vizinho
é prezado. Não é possível que depois de 20 anos
de vizinhança se tornem inimigos por uma futilidade desta.
Certamente em nosso condomínio algumas destas falhas existem. Bem
como outras não citadas. E o acúmulo destas ações
causa incômodo aos afetados e prejuízos financeiros a todos. E
servem de péssimo exemplo aos nossos herdeiros, mostrando que
burlar a lei é fácil e não recebe punição.
Eles aprendem rapidamente.
Com este comportamento, não podemos exigir melhores políticos
no comando da nação. Eles nasceram de lares similares aos
nossos. E praticam estes vícios com naturalidade. E todos acham normal
e não se reúnem para protestar.
Em resumo (hipotético):
Perto de 15% agem de forma inadequada dentro das comunidades.
Quase 10% alertam e cobram as ações combinadas. São rotulados
de chatos.
Os demais 75% não se envolvem. Deixam o patrimônio degradar. Acomodam-se.
Então para que serve uma convenção? Apenas para obter
um CNPJ para abrir a conta bancária do condomínio?
Como dizia Martin Luther King:
"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, dos
corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem-ética. O que
mais preocupa é o silêncio dos bons."