A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
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Dia do trabalho (dá) dor

(Haroldo P. Barboza)


Em épocas mais amenas, o primeiro dia de maio era aguardado com expectativa pelos trabalhadores em geral. Este sim, um feriado merecido para aqueles que alavancam o crescimento do país.

Com a implantação computadorizada desordenada e desplanejada das indústrias e dos serviços, grandes grupos de funcionários foram marginalizados sem o preparo (foram largados à sorte) adequado para nova luta em busca de outras atividades rendosas.

As invasões de chips que dão maior rapidez e segurança às atividades pesadas, eliminaram muitos postos de trabalho. Por outro lado, novas atividades se fizeram necessárias. Os chips precisam ser monitorados, pois a falta de energia pode lhes causar danos nos circuitos lógicos. As partes mecânicas não dispensaram equipes de manutenções periódicas.

Mesmo com o advento da filosofia do descartável, atividades antigas necessitam de novas vagas.

Então, como pode estar faltando emprego? Pelos seguintes aspectos:

1) Ânsia dos aplicadores em recuperar em 1 ano o investimento realizado. Antigamente o prazo girava em torno de 5 anos.

2) Complacência dos administradores públicos que se deixam conduzir pela vaidade nos postos de comando através de placas nas obras de superfície.

3) Falta de preparo mínimo de cada indivíduo para perceber novas oportunidades de trabalho.

4) Falta de chances aos que desembarcam no mercado selvagem.

5) Demagogia das religiões que pregam a multiplicação familiar desregrada de seus rebanhos ao invés do planejamento familiar.

6) Falta de percepção da sociedade como grupo, que está demorando a compreender que é forte quando unida e voltada para um objetivo comum.

7) Falta de projeto educacional para os próximos 30 anos.

A junção destes fatores fez com que nos últimos 15 anos o dia do Trabalhador deixasse de ser uma data marcante.

Que haja tempo de se mudar o rumo da embarcação que conduz nossa pátria em direção do iceberg da desordem social. Será um exercício pleno de cidadania que dará orgulho a todos nós, participantes desta cruzada.

Podemos aproveitar este dia primeiro de maio para mudar o roteiro original escrito pelos abutres do planeta, que nos deram o fútil papel de eterna colônia.

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