Se você não estiver gostando do filme, sai do cinema antes que
a película chegue à metade. Se a comida não está
com bom tempero, abandona o prato quase pela metade. Se o programa de tv não
lhe agrada, muda de canal ou desliga o aparelho. Se o seu time leva 4 gols ainda
no primeiro tempo, sai do estádio antes do início do segundo tempo.
Se a empresa que presta manutenção ao seu elevador não
age da forma combinada, você rompe o contrato com ela e ainda luta para
receber de volta os valores pagos anteriormente. Se o seu funcionário
não trabalha com responsabilidade, você o manda embora sem remorso.
Se o político que você ajudou a eleger demonstra ser mau caráter
e é envolvido em maracatuaias e desvios de verbas públicas, você
não pode livrar-se dele antes do final do mandato. Não tem como
recuperar o dinheiro desviado. E ele ainda volta a concorrer ao posto sem cerimônia.
E muitas vezes é recolocado no cargo. E mesmo que você vote em
alguém em quem acredita, sabe que neste cenário de lama que nos
envolve, o sistema corrupto continuará em vigor a todo vapor.
Numa época em que transações bancárias são
realizadas pela internet através de senhas individuais, o IR é
enviado pela rede e o TSE afirma que o nosso sistema eleitoral é à
prova de fraudes (?), podemos convidar estes competentes técnicos a desenvolverem
um sistema com as seguintes virtudes que nos permita entre outras:
a) votar sem sair de casa;
b) consultar o BD para lembrarmos em quem votamos nos 4 últimos pleitos;
c) acompanhar as atividades desenvolvidas pelo sujeito que elegemos como nosso
procurador;
d) decidir pela continuação do elemento no cargo ou pelo seu
expurgo uma vez por ano (um mero referendo).
e) Prever uma tecla: NENHUM DELES QUERO OUTRA ELEIçÃO.
Votar NULO agora, pela legislação duvidosa em vigor, talvez não
impeça termos os mesmos meliantes no poder por mais 4 anos.
Mas por um instante imaginem a seguinte situação glorificante:
100 milhões de eleitores aptos.
99 milhões votando NULO.
501 mil no primeiro colocado.
400 mil no segundo.
99 mil no terceiro.
O primeiro assume. Tudo bem. Mas como se sentirá um elemento estando
no comando e sendo rejeitado por 99,49 % dos que estão à sua volta?
Como você se sentiria no comando de um setor com 200 pessoas onde apenas
uma ou duas votaram e fizeram você se tornar líder por um descuido
de uma norma?
Deixo a palavra com o competente grupo do fórum do voto-e sobre as
questões técnicas palpáveis (já que sonhos são
para poetas), onde grandes conhecedores de informática e mestres juristas
devem levantar os obstáculos para que possamos nos aproximar da proposta
efetuada