Já no início da propaganda eleitoral imposta aos indefesos habitantes,
temos elementos para efetuar algumas considerações pertinentes.
Com todos os veículos (rádio e tv) ocupados no mesmo período,
não temos opção de mudar de estação quando
percebermos que a piada embutida na promessa é a mesma dos últimos
80 anos. Além do mais (e pior), durante este hiato gaiato ficamos desinformados
sobre algum possível engarrafamento na cidade em função
de algum incêndio ou choque de veículos.
Se cada candidato tem um minuto para dizer seu nome, seu número, a sigla
do partido (que tende a trocar depois da eleição) e a mesma ladainha
(como todos os demais) englobando projetos para as crianças abandonadas,
idosos largados em filas de hospitais contaminados e oportunidades de empregos,
não sobra tempo para esclarecer algo criativo que desejamos ouvir: em
qual cartório está registrada sua plataforma de campanha para
ser consultada (e cobra-lo) após o sujeito ser empossado.
Melhor seria que o tempo desperdiçado com propaganda falsa fosse usado
para debates sérios entre os concorrentes ao mesmo cargo. Um debate deste
porte deve ter perguntas efetuadas pelo povo e não as combinadas nos
bastidores horas antes do circo. Além do mais, não se deve consumir
tempo com candidatos com menos de 2% de chances, que podem até ter boas
intenções, mas não o prestígio necessário
para empolgar os expectadores.
Quem estiver concorrendo à reeleição deve ser obrigado
a participar com os seguintes objetivos:
a) prestar contas do que fez na legislatura anterior - principalmente o destino
de nosso dinheiro;
b) ser questionado pelos demais concorrentes (até o limite definido pelo
mediador em relação ao respeito pessoal);
c) efetuar novas propostas (não vale repetir as apresentadas nas eleições
anteriores).
E o mais importante do processo: precisamos assistir a um debate entre os técnicos
do TSE que tentam defender a segurança das urnas eletrônicas sem
bases sólidas e especialistas em informática que com material
adequado (programas e máquinas) podem realizar testes ao vivo para mostrar
a fragilidade de tais artefatos.