Com a aproximação das eleições, são justas
as dúvidas da população em relação à
honestidade do evento, pois já está cansada das mutretas seculares
que a elite utiliza para manter seus fantoches no poder, que vão desde
a compra de votos como a adulteração dos mesmos. O caso Proconsult
no Rio e a manipulação do painel do Senado comprovam bem esta
ação.
Mas a preocupação não deve estar restrita apenas ao pleito.
Existe algo muito mais importante do que checar se os vencedores foram eleitos
de forma honesta. Vai ser difícil que nos permitam conferir a lisura
do processo. Criarão diversos obstáculos para se checar o programa
de coleta. Quanto mais o de totalização. É preciso criar
um mecanismo de acompanhamento das ações dos dirigentes de nossos
destinos ao longo de seus mandatos, que há muito tempo deixaram de lado
o patriotismo e a cidadania em troca de alguns dólares pelos quais vendem
nossa dignidade e nosso patrimônio construído com suor e sangue.
É preciso que se alimentem algumas entidades de credibilidade e se ensine
o povo a constantemente contata-las no sentido de cobrar explicações
contra ações que prejudiquem nossa geração e as
futuras. Seria positiva a criação de um órgão tipo
PROPOL (Procon dos Políticos) para fiscalizar as condutas dos eleitos
(teria de ser gerenciada por representantes de bairros). Isto também
é difícil, em função do poder que a tv exerce através
de seus programas de chanchadas rebolativas, shows do tipo Big Bobo Brasil (onde
quem pronuncia frase com mais de 5 palavras atinge a posição de
gênio) e de suas novelas pobres de valores morais e enriquecidas com mensagens
subliminares voltadas para nos manter anestesiados, esquecidos de nossos direitos.
Esta mudança de atitude jamais nascerá de uma campanha pública,
pois não interessa aos poderosos que a população descubra
que foi iludida por dezenas de anos para manter as mordomias dos ratos engalanados
que trafegam nos palácios do poder. Tal ação terá
de nascer dentro de cada lar que ainda não foi debilitado, sucateado
e fragilizado pelo acúmulo de sofrimentos provocados pelos satânicos
gananciosos. Se alguns lúcidos que conseguem formar opiniões elevarem
suas vozes (pena que só fazem isto quando suas posses são ameaçadas),
receberão o apoio daqueles milhões que já perderam a esperança
por uma vida melhor e se sujeitam a servir de capacho por algumas migalhas de
pão e o direito de, no Carnaval, se orgulharem de suas vestes de palhaços.
Vamos dar um voto de confiança à população na próxima
eleição. Quem sabe se desta vez ela descobre o quanto estamos
perto da Argentina e percebe que quando vivemos no charco, nos tratamos todos
por "hermanos". Certamente votar NULO não é a solução
para fazer o país crescer, mas é o tipo de PROTESTO que possuímos
no momento para dizer que não desejamos estes ratos no poder.