O desrespeito pela autoridade brasileira em qualquer escalão se consagrou
com a invasão da Câmara em Brasília pelo grupo de baderneiros
do MLST. O fato ocorreu 15 dias depois que bando de criminosos do PCC de aterrorizou
a polícia e parou São Paulo. E alguns meses depois que a facção
de bandidos do CV invadiu unidade militar no Rio de Janeiro para subtrair armas
desta instituição. Juntando-se a estes a invasão e destruição
de laboratórios no Rio Grande do Sul e o tumulto de Carajás, passamos
a perceber o claro quadro completo da desordem social que reina em nosso território.
A população ordeira (que paga os impostos sem gemer) está
oprimida pelas criminosas siglas existentes no país: as violentas citadas
acima comandadas por armas de fogo e as "legais" (produzidas por armas
de tinta) que rotulam os pesados impostos que deveriam nos proteger contra as
primeiras.
Todos estes fatos na verdade constituem atos programados de treinamento das
diversas facções criminosas com os seguintes objetivos:
a) Analisar a capacidade tática e estratégica dos grupos arruaceiros.
b) Testar o poder de defesa de nossas instituições falidas.
c) Conferir a pouca vontade política das autoridades em restabelecer
a ordem pública.
d) Avaliar quanto custa o estado de impunidade implantado pelos legisladores
corruptos.
Se estes quatro itens forem positivamente aprovados, os pilantras passam a ter
certeza de que possuem total poder de decidir quando se apossarão das
propriedades particulares (fazendas, condomínios, indústrias)
e do comando da nação (já que patrocinam parte deste).
Pela reação pouco entusiasmada, ineficiente e covarde por parte
daqueles que ganham bem e prometem zelar pela tranqüilidade da sociedade
e preservação do patrimônio público, passamos a ter
certeza (já suspeitávamos desde o início, com dizia o Chaves-Chapolim)
de que existe algum tipo de "acordo" tenebroso entre as "autoridades"
oficiais e os violentos comandos que estão a serviço (via caixa
2) daquelas.
E no meio do núcleo deste furacão de imoralidade que nos envolve
com brutalidade, ficamos pagando impostos que correspondem a 45% de nossos ganhos
obtidos anualmente para sustentar a corja de gatunos engravatados que nos cercam.
Ficamos paralisadas, anestesiados, amedrontados, acovardados e desarmados (para
isto realizaram aquela coleta de armas há alguns meses). Permanecemos
inutilmente imaginando que nossos atuais líderes farão algo para
reverter este quadro caótico que lhes confere ganhos ilícitos
em altas proporções. Caminhamos perdidos sonhando com os belos
cenários exibidos nas pífias novelas de tv. Perdemos a capacidade
de distinguir liberdade com libertinagem. Não aprendemos a decidir, protestar
e exigir nossos direitos. Nos resignamos com o destino traçado por abutres
que nos conduzem para o estado de eterna colônia das águias famintas.
Não sabemos (ou não temos orgulho) ensinar aos nossos filhos a
entoar o hino nacional nem o significado de cada estrela da bandeira da pátria.
Escondemo-lhes o futuro negro que estamos polindo para eles.
Não sabemos reconhecer pessoas de bons propósitos para cargos
públicos.
Não sabemos em quem votar.
Nem sabemos como votar NULO!