Ao ser estabelecido o intervalo dos tumultos urbanos nos meados de maio de 2006
em São Paulo, eis que surgem as "autoridades" (antes aturdidas,
despreparadas e indiferentes) dizendo que a situação está
"sob controle"(?).
Na verdade, os facínoras que comandam as quadrilhas com armas de fogo deram
uma trégua estratégica para avaliar se os bandidos que chefiam os
bandos de gabinete com armas de tinta (canetas) se dobrarão mais uma vez
aos seus anseios por uma estadia "humana" (que não praticaram
quando estupraram e judiaram de suas vítimas nos assaltos bárbaros)
dentro de seus escritórios montados nos interiores dos presídios.
Entre as solicitações para maior conforto, devem pedir:
a) Novos colchões (talvez ortopédicos) para substituir os queimados
por diversão nas rebeliões ocorridas. E as "autoridades"
atenderão de pronto, mesmo que tenham de obter o material nos hospitais
da cidade. Afinal, pagantes do INSS podem dormir sobre papelões e jornais
durante as frias madrugadas nos infectados corredores dos abandonados postos de
saúde.
b) Telões de 51 polegadas para assistirem os jogos de futebol da seleção
brasileira. Talvez alguns galões de tintas coloridas para pintarem painéis
nos muros dos presídios e concorrerem ao prêmio que a tv oferece
aos melhores ornamentos esportivos. Afinal de contas, quando estão fora
das grades, estes fervorosos "torcedores" comparecem aos estádios
para promoverem derrubada de alambrados e conflitos dentro das torcidas que recebem
ingressos grátis dos dirigentes dos seus clubes. As mães e as crianças
que desejam apenas assistir o espetáculo esportivo pelo qual pagaram, que
se acomodem atrás das pilastras para não serem atingidas pelos rojões
disparados. Estão com sorte por ainda não estarem usando metralhadoras.
c) Cobertores de veludo e guloseimas para degustarem durante as aguerridas partidas
de futebol. Certamente o "fome zero" cobrirá os custos com este
material.
E assim o ciclo se repete entre uma rebelião e outra a cada 3 meses. E
pela milésima vez "descobrem" celulares e armamentos nas celas
dos condenados. Perguntem ao seu parente de 5 anos como estes artefatos chegam
ao local. Se ele responder que são trazidos por parentes dos internos,
advogados, guardas corrompidos, prestadores de serviços (limpeza, alimentação)
e integrantes de ONGs, podem coloca-lo no comando da SSP, pois não fará
a menor diferença do formato como a mesma é conduzida hoje em dia:
em ritmo de brincadeira.
Resta-nos saber agora a quem debitar os inúteis e covardes assassinatos
de dezenas de heróicas pessoas que trabalhavam no setor para nos oferecer
um mínimo de tranqüilidade para transitar (pelo menos durante o dia)
pelas perigosas ruas das cidades. Os candidatos a pagar tal conta são:
a) Juízes que concederam "indulto do dia das mães" a mais
de 12 mil elementos que foram liberados com a incumbência de executar as
ações planejadas pelos chefes encarcerados.
b) Legisladores que a cada 6 meses estão revendo as Leis para atenuar as
penas dos condenados a crimes hediondos.
c) Governantes estaduais que não investem em esquemas de bloqueio de celulares
nos presídios (na Internet existem ofertas baratas para montar tal sistema).
Talvez estejam levando alguma comissão pelo comércio criado.
d) Governantes federais que relaxam no processo de fiscalização
de entrada de armas e drogas nas fronteiras.
e) ONGs e líderes religiosos que se desdobram pelos "direitos"
dos "cidadãos" detidos depois de fuzilarem e esquartejarem dezenas
de vítimas indefesas nos assaltos realizados nas esquinas e nas residências.
Agora estão calados e não prestam apoio às famílias
dos policiais executados sem contemplação.
f) Entidades sociais (OAB, CNBB, serve ate BBB) que não pressionam pela
mudança da conduta do judiciário e se omitem numa questão
de fundamental interesse popular. A violência que nos envolve nos dá
um prejuízo acima de 10% do PIB nacional!
Que saudades do falecido Deputado Amaral Neto.