A sucessão de escândalos nacionais envolvendo figuras deprimentes
da nossa política forma uma pirâmide de lama fétida que
está corroendo as estruturas das entidades ora desacreditadas. Principalmente
as câmaras públicas seguidas de perto pelos palácios regionais
da Justiça. E atropelando por fora, chegam os sindicatos que outrora
defenderam os interesses dos trabalhadores e que agora defendem os empresários.
O desrespeito está se alastrando sem controle entre os jovens que passam
a acreditar que está tudo liberado e a desesperança de seus responsáveis
está aumentando por perceberem que o futuro de seus herdeiros se mostra
mais horrendo do que o suportável apesar de algumas tentativas de colocá-los
num bom caminho. As famílias que se acomodaram enfrentam uma luta desigual
contra os amigos de esquina que distribuem drogas entre seus herdeiros largados
sob a vigilância de games explosivos.
Por esta tendência, jovens agridem índios, domésticas, lésbicas,
gays e assemelhados. Fumam drogas a céu aberto, estupram menores e executam
corridas noturnas de carros nas ruas das cidades na certeza de que nada acontecerá,
pois a Justiça está sucateada e é fácil de ser "amaciada".
Basta-nos ver com que facilidade os perigosos detentos usam celulares em suas
celas nas prisões, como se fossem seus escritórios. Adolescentes
que queimam índios e afogam colegas nas piscinas estão livres
e alguns já montaram consultórios!
Só falta descobrirmos dentro de quantos anos (até quando a mídia
pesada puder iludir os esfomeados) a convulsão social violenta eclodirá
em territórios sacrificados penalizando milhares de inocentes arrastados
para uma luta que não desejaram e não terão recursos para
conter. Nem salvar seus herdeiros desprotegidos.
E mesmo embutido neste cenário de horror, certamente a tv lançará
um "show da realidade" dentro de algum prédio abrigando habitantes
desesperados pelas balas cruzando sobre suas cabeças disparadas por meia
dúzia de meliantes que dominam as favelas inchadas que agora contornam
os luxuosos condomínios. O último sobrevivente receberá
um polpudo prêmio de U$ 1 MI. Deve ser suficiente para cobrir as despesas
com os enterros dos parentes falecidos.