Estamos numa época em que celebramos a conquista da mulher ao exercer
seus direitos, ao buscar igualdade e respeito dentro da sociedade, ao obter
condições justas e dignas no âmbito de trabalho. Nos vemos
cercadas por discursos, manifestações, cumprimentos e comentários,
que ressaltam o valor da luta, a garra que nos propiciou chegarmos até
onde estamos, a persistência em insistir naquilo que acreditamos e toda
sorte de qualificativos que expressam a força da mulher.
Não raras vezes nos vemos envolvidas em apologias à nossa batalha,
que segue seu curso em busca da consolidação de cada espaço
e reconhecimento de tudo que incansavelmente perseguimos através dos
tempos.
Vale, no entanto, ressaltar que em meio a este quadro de luta, de briga, de
perseverança, de paciência incansável, permeia a docilidade
que nos é própria e que, a bem da verdade, é nosso melhor
atributo.
A ternura, a capacidade de empatia, a sensibilidade, compõem em essência
nosso caráter e a natureza de nosso sexo.
Aos desavisados pode parecer que a mulher, sendo vista como guerreira, seja
alguém afeita a força bruta ou a atitudes explosivas.
Longe disso, há dentro de nós uma autêntica guerreira inteligente
e amorosa. Uma mistura quase poética de força e ternura, de alegria
e seriedade, de infinita capacidade de dar-se e de um egoísmo singular...
Assim, seja a amorosidade, que nos é intrínseca, o instrumento
adotado para nossas atividades, utilizada em nosso cotidiano como pano de fundo
de nossa verdadeira luta, que é promover o amor em sua forma mais bela,
simples e autêntica.
Ser mulher é uma dádiva especial, uma honra que o Criador nos
deu.
Ser mulher é expressar em atos a idéia que Deus concebeu ao idealizar
o amor.