Muitas vezes, sinto a rejeição vindo de forma que nenhum motivo
exista para que ela se vista com tamanha exuberância. São pareceres
baseados em abstrações, medos ocultos e, algumas vezes, egoísmo
fantasiado de precauções. Um tremendo "não" à
vida espontânea, ao conhecimento de riquezas espirituais, tudo em nome
de pré-conceitos que só retardam o prazer de se conhecer a vida
em sua forma mais leve, simples e descomplicada, pois, na realidade, o ser humano
é o maior dos seus complicadores .
E é aquele negócio de dizer que o sorriso de fulano é sonso
, que a voz de sicrana transmite falsidade, que a decantada alegria de beltrano
é puro interesse nisso ou naquilo! Um monte de bobagem que a gente ouve
por aí em nome da "percepção", do "sexto-sentido",
mas que, na verdade demonstra uma profunda incapacidade de se viver. Sim, incapacidade
, pois, revestido na vaidade que lhe é peculiar, o ser humano muitas
vezes abomina o desconhecido por medo . Mais fácil abominar, deixar para
lá, não se aproximar... "Cair em esparrela? Eu, hein?"
E assim vamos vivendo, em meio a tantas desconfianças, sorrisos que não
se abrem, abraços que não se dão, palavras que se represam...
Ou torpedos constantemente lançados como forma de autoproteção.
Meu coração está aberto, minhas palavras saem sem nenhum
medo de mostrar ternuras. Olho nos olhos, aqui e ali, e vejo tanta generosidade...
O mundo não é um mar de rosas, bem sei, mas querem fazer crer
que é um inferno, e discordo.
Digo sim à vida, às pessoas, à solidariedade que vejo em
tantas manifestações , aos sorrisos abertos que encontro pelos
caminhos.
Que Deus ilumine a mente daqueles que perderam a confiança nas possibilidades
de bondade do seu semelhante.