Então, disse adeus abruptamente, sem proferir palavras. Havia brechas
que já a incomodavam naquele relacionamento. Optou pelo silêncio,
para evitar estresses. Assim, também dava um término àquelas
viciantes odisséias intelectuais. Nada mais a dissertar sobre contos
de Mia, Agualusa, Katherine, Hemingway, porém já sentia a saudade
se antecipando. As tais contradições que fazem parte da vida.
Fechou o ciclo, parando, também, com seus cantos de paixão .
Observou que, apesar de tudo, os livros mostravam indiferença a seu momento.
Teve ímpetos de atirá-los pela janela, mas refletiu, conformando-se
, já que eram feitos de papel. Tinham apenas a alma dos livros, diferente
daquela alma, que sempre parecera especial em sua vida, e que agora só
refletia frieza . Era como se nunca houvesse existido um laço, um traço
que fosse, de envolvimento.
O vento balança as cortinas do quarto e parece cantar. O som chega, trazendo
uma tristeza ancestral. Chorando , sente que não conseguirá trancar
as portas para a saudade, que se aproxima, insistente, a despeito de sua decisão
e do epílogo que deu à história.