Que história é essa de que a mulher brasileira tem a obrigação
de ser gostosa, segundo padrões pré-estabelecidos? A recente matéria
no New York Times, tendo por título algo como - "As garotas de Ipanema
não são mais as mesmas", - mostrando supostas brasileiras gordinhas,
pegou-nos de surpresa. Estamos condicionados a ver a mulher brasileira mostrada
como símbolo de perfeição estética: - curvilínea,
bunduda, peitos grandes e empinados, quase sempre siliconados. As fotos das mulheres
gordinhas geraram opiniões diversas e muita revolta. O padrão brasileiro
não era aquele mostrado, ora! Mas veio a revanche: não eram brasileiras!
Pronto. A honra delas não havia sido comprometida.O jornalista se deu mal,
não?
Até quando as mulheres vão se submeter a esses padrões? Por
que não manter sua individualidade e curtir seus corpos, colocando abaixo
a ditadura da magreza, dos peitões e dos bundões? A mulher magra
é linda, não precisa de excessos, assim como a gordinha é
sensual e não precisa morrer de fome nem se esconder quando está
na praia. As perfeitas? Existem? Fala sério! É uma sucessão
de lipo que não tem fim. Faz-se como se troca uma obturação
de dente. Para o Natal, carnaval, aniversários... Já não
há bom senso. É assustador!
A mulher brasileira é tão bonita quanto as mulheres de outros países.
Nunca foi a melhor do mundo. Isso é um mito. A diversidade é o que
existe de mais belo. A pasteurização é monótona. O
exército de mulheres de cabelos louros e alisados, peito siliconado e bunda
empinada com hiperlordose já está cansando.
Peguei uma foto de Marilyn Monroe agora. Que mulherão! Cheinha, cabelos
curtos em cachos, tão diferente ... Por que as mulheres estão jogando
fora seus cachos?
Sei que essa prosa vai gerar gritos irados, mas cá pra nós, ando
enjoada de ver.