Sentada em frente ao computador, divago sobre meus quatro anos de incursões
virtuais. Descubro que tive mais alegrias do que tristezas, mais ganhos do que
perdas. Constato, enfim, que a Internet contribuiu, de forma efetiva, para o
meu crescimento. Se voltei a escrever, depois de um longo período de
abstinência, foi impulsionada por ela.
Rememoro meus primeiros momentos de encanto nesse rico universo. Descobri
Rosy Beltrão e admirava demais seu trabalho. Precisava dizer isso a ela!
Mas como, se não sabia sequer seu e-mail? Foi então que tive a
idéia de "investigar" nos sites de busca. Após algumas
tentativas, encontrei várias referências aos seus trabalhos. Internauta
de primeira viagem, fiquei pasma quando "descobri" seu e-mail! Na
época, isso era, para mim, "o achado!"
Lembro-me bem daquela tarde cheia de alegria. Verão, sol em cintilâncias...
Meu ânimo era invejável! Comecei a escrever a Rosy com crescente
entusiasmo. Enviei o e-mail, certa de que nunca receberia uma resposta. Pensava:
- Quem era eu para merecer atenção de uma pessoa tão ocupada,
tão requisitada?
Permaneci no computador, digitando poesias de diversos autores, para enviá-las
aos grupos de que participava. Não tinha escritos meus para mandar, pois
ainda não havia reflorescido em mim aquela deliciosa mania de escrever.
Gostava, sim, de pesquisar poetas. Como gostava!
Eis que, meia hora depois, chega um e-mail. De quem? Rosy Beltrão!
Com uma alegria juvenil, li suas palavras agradecendo meu carinho e começamos
a conversar sobre a vida. Fiquei impressionada. Passamos uma tarde inteira conversando
e tudo fluía como se já nos conhecêssemos há muito
tempo. Uma experiência inesquecível!
Depois disso, não voltamos a conversar, a não ser anos depois.
Mas aquela tarde ficou marcada no meu quadro de memória. Sempre que visualizo
Rosy, recordo-me daquele momento e reflito sobre as imensas possibilidades oferecidas
pela vida. Penso na importância de mantermos acesa a chama do amor. E
como nos faz bem dizer ao outro sobre a sua importância em nossa trajetória!
Foi maravilhoso, naquela tarde de verão, eu ter ouvido o meu "eu
interior", indo ao encontro de tão luminosos raios!