(A Fernando Villela de Andrade, o Fervil)
Que vida! Como se não bastasse a quantidade de problemas com os quais
temos a obrigação de conviver pacificamente, somos agora bombardeados
de forma radical pela guerrilha urbana. O que resta é medo. Perde-se
a alegria, e até os planos, antes tão bem delineados, entortam-se.
Tiros vêm por todos os lados. Morre-se por nada. Perplexidade atinge toda
a sociedade.
Como chegamos a esse ponto? Onde estão os Direitos de Cidadania? Se somos
seqüestrados, assassinados, temos nossas casas invadidas, nossos bens roubados,
o que nos compete fazer para modificar o cenário?
O que torna o crime tão fácil e corriqueiro? A certeza da impunidade,
obviamente. Entre dezenas de assassinatos por motivo fútil, por assalto,
por balas perdidas, nesses últimos tempos, quantos foram solucionados?
Estupefata, vejo que chegamos a um estado de medo que paralisa, e nos faz reféns.
Sou contra manifestações piegas que a nada levam. É tempo
de conscientização popular. É necessária a presença
de líderes verdadeiros, para que possamos nos organizar, para reivindicar
nossos direitos assegurados pela Constituição. Temos o dever de
participar da grande renovação que há de chegar.
Queremos Educação, para que o crime não continue em escala
ascendente. Queremos Saúde, para que o cidadão não morra
diante dos hospitais implorando atendimento. Queremos Habitação,
para que o ser humano não viva dormindo sob marquises, nas calçadas,
num estágio de vida sub-humana.
Cobremos ao Estado tudo isso. De forma pacífica, sem desrespeito aos
governantes. Apenas fazendo valer nossos direitos num país, onde, felizmente,
ainda há liberdade, apesar de todas as mazelas.
Cansei dessa inércia, na qual apenas o crime prolifera, e o cidadão
vive acuado.
Não agüento mais contar os mortos dessa guerrilha!