Desejo prestar minha homenagem às mães de todo o mundo. E principalmente
àquelas que estão longe de seus filhos porque partiram antes delas
por diversas razões: Doenças, guerras ou acidentes. A essas meus
carinho e admiração especial por continuarem sua missão
com persistência e fé cuidando de outros filhos ou realizando ideais
que contribuirão para um mundo melhor.
Desejo também reverenciar à minha mãe verdadeira que me
abrigou nove longos meses, criou, confortou, ensinou e deu-me a possibilidade
de estar realizando minha vida e cumprindo meus sonhos.
Recordo-a quando eu era tão pequena descendo do ônibus escolar
e nas vezes em que ela me esperava ali, dando-me a mão para que eu descesse
com conforto e alegria. Nas lembranças mais remotas que eu guardo em
minha memória, vejo uma mulher extremamente bonita, olhos negros e misteriosos
e a altivez que até hoje perscruto imaginando o que haveria em seus pensamentos.
Minha mãe sempre me fascinou por sua inteligência, cultura e o
poder que ela tinha sobre as pessoas de um modo geral, especialmente sobre meu
pai.
Saí muito cedo de casa, e visito-a em todas as oportunidades que posso,
mas sua figura não sairá nunca de dentro de mim, especialmente
do coração. Tínhamos conflitos sérios, mas eu a
amava muitíssimo e admirava profundamente como até hoje. O que
havia é que ela tinha um modo de enxergar a vida e eu via o mundo de
outra maneira desejando mergulhar o mais depressa possível em águas
profundas e densas.
Mas ela ensinou-me o dom da persistência, da verdade e da confiança
em si mesma. Muitas vezes, quando saíamos para passear eu tinha orgulho
dessa mulher determinada e carismática, capaz de fazer-se amada com constância
pelas pessoas que lhe cercavam. E que não arrefecia diante de nada. Sinto
no fundo de minha alma a admiração que ela sentia por mim e por
isso queria ou gostaria de me ensinar a viver. Mas como ela tinha me doutrinado
subjetivamente a voar exerci esse dom muito cedo. E não tenho palavras
tão fortes como eu desejaria para dizer o quanto foi importante essa
simbiose que me levava a querer demonstrar-lhe meu infinito amor. Amor que perdura,
com a distância geográfica e se fará eterno e eloqüente.
Durante minha vida tive mais duas mães de alma, é claro, que me
amaram e foram amadas por mim indefinidamente e isso foi um privilégio
que reconheço raras pessoas possuem, por isso agradeço essa dádiva
imerecida. Essas mulheres me conheceram muita garota, uma delas criança
e a outra quando mal tinha saído do seio de minha família, menina
ainda mas casada e com duas filhas. E disse que daquele momento em diante eu
seria sua filha adotiva. Foi realmente. Eu estava longe de minha mãe
verdadeira, e ela tem sido minha protetora e amiga, alegrando-se com minhas
vitórias, chorando com as tristezas, embalando-me no seu amor maternal.
Por essa razão o Dia das Mães é muito especial para mim.
Tive uma glória imensa ao merecer dessas mulheres raras um amor de mãe
e também conceber e criar duas filhas maravilhosas a quem passei todo
o amor que recebi sem restrições. E nada mais natural do que nesse
dia dedicado às mães render minhas homenagens nessa caminhada
que tem sido inesperada, fascinante e transbordante de ternura.