A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
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Saudamos A esperança E O Ano novo

(Vânia Moreira Diniz)

O ano de 2005 vai chegando ao fim. E triste é o fim de tudo numa vida finita e limitada. Como sempre acontece com os outros anos na mesma época, 2005 está alquebrado, velho e sem forças. Já suportou muitos momentos de desesperos, desesperanças e dor embora o sol tenha brilhado intensamente em muitas ocasiões num misto de alegrias e tristezas. E ele se vê no fim de uma estrada quase entregando o trono ao novo ano.

Certamente gostaria de dizer ao outro, jovem e exuberante que se prepare para enfrentar de tudo e se munir de fortaleza encarando os contrastes com a mesma paciência e compreensão.

Mas prefere calar-se, certo que cada um tem e deve viver sua própria experiência, desejando que 2006 seja mais ameno e menos violento.

O velho ano senta-se então à beira do Rio numa sombra para espairecer e recorda-se de todos os acontecimentos de seu reinado: Tirania, amor, ódio, as revoltas da própria natureza, guerras, corrupções, mas também enxerga e com bastante nitidez a bondade da maioria dos corações, gestos de amor e solidariedade que suavizaram sua passagem pelo calendário. Com intensa sabedoria tem consciência que assim é a humanidade, isso representa a vida: Intempéries e dias lindos e ensolarados que lhe proporcionaram experiência e maturidade. E saúda o ano que liderou, mesmo já entrevendo o jovem e sedutor 2006. Ele sairá cabisbaixo e o outro entrará cheio de glórias, mas ao menor deslize será incompreendido.

Contemplando o infinito e vendo as duas imagens anseio por ser compreensiva com um e esperançosa com o outro. Tenho a dizer que o mundo evoluiu, a globalização está tornando o universo mais aconchegante, porém precisamos lembrar dos excluídos, cujo sol ainda está frio e distante lutando para que todos juntos cooperemos com a sua caminhada para um futuro mais e mais promissor. É a hora de fazermos nossos acertos de contas interiores e tomar decisões que facilitarão a chegada do novo ano que vem aceleradamente, com muito brilho e esperando as palmas e alegria do povo que o recebe.

Precisamos hastear a bandeira verde da esperança, a branca da paz e caminhar com passos decididos, não apenas pensando nas festas e no pipocar dos fogos anunciando um novo ano, mas resolvidos a lutar por um mundo menos tormentoso e mais, infinitamente mais feliz. É a esperança que norteará nossa vida.

E não posso deixar de dizer como o ano de 2005 me foi caro e querido, porque realizei sonhos intensos e especialmente amados, produzi, trabalhei e amei. Profissionalmente concretizei parte dos meus ideais com uma força inconfundível. Particularmente também pude chorar e rir com o mesmo vigor e isso certamente é viver a vida com energia em contato íntimo com sentimentos, curtindo-os durante a caminhada.

Desejo dar aos meus cantos e poemas o tom da felicidade ao ver muitas crianças portadoras de cuidados especiais que estão realizando a vida no seu ritmo, maravilhosas em sua inocência e fascinantes enquanto evoluem e sorriem com a felicidade e brilho nos olhos. E outras crianças carentes de recursos que encontrarão um caminho verdadeiro, digno de um ser humano, com a vitória de um mundo que os acolhe e guia sua estrada. Discernimento e altruísmo aos dirigentes de todos os países e evolução com humanidade e conhecimento. É o que esperamos do ano de 2006, aqui nesse final de 2005, do qual nos despedimos e agradecemos os muitos momentos de felicidade. Saudemos a esperança, a paz, respeito à ecologia que nos traz mais equilíbrio e a generosidade entre nossos pares humanos.

Saudemos enfim nesse ano novo a felicidade que todos, sem exceção, merecem.


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