A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
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Antiéticos e Desumanos

(Vânia Moreira Diniz)

Definido por filósofos a ética para mim particularmente é tudo aquilo que fazemos com extremo discernimento, jamais prejudicando ao próximo e seguindo o caminho que nossa consciência indica. Encaro-a num patamar acima da moral porque devem ter harmonia com a paz de nossa vida interior. É verdade, que por vezes a tortura de uma decisão em casos dúbios nos faz ter um sentimento aflitivo, que pode levar a tormentos. Mas na grande maioria dos casos a ética é o caminho que pautamos na imediata percepção a qualquer decisão tomada.

Dito assim tudo parece fácil demais e se o fosse os grandes filósofos não teriam se preocupado com ela. É tão subjetivamente clara que em momentos e certas situações nos tiram o sono restaurador e ameno para nos fazer seguir encruzilhadas complexas de dúvidas doridas. Ética na verdade não é o caminho da legalidade apenas, podemos estar dentro de todos os preceitos legais e faltando à ética de uma maneira simples mas jamais inconsciente.

Ela depende muito da elasticidade de nossas próprias formas de encarar a vida, a generosidade, solidariedade, amizade, e aos conceitos que nortearam nosso caminho desde que éramos crianças.

Ética é segurança de nossas decisões e concordância ao encaminhar nossas atitudes em cada campo de nossa atuação. Como poderemos estar em paz conosco mesmos quando vemos e comprovamos uma injustiça e ficamos calados? A atitude pode ser legal mas jamais ética. Isso porque essa palavra aparentemente subjetiva nos dá indicação de caráter mas ao mesmo tempo sugere a escolha adaptada aos nossos sentimentos mais altruísticos, por vezes, mas principalmente estranhamente naturais.

Sócrates, Platão, Aristóteles, todos eles falaram da moral como princípios. Aristóteles tratou da moral na ética e tudo isso é uma campo de complexas reflexões porque a ética nos pode parecer algo abstrato embora seja realmente objetiva. Sócrates foi bastante claro quando disse que virtude é inteligência, razão, ciência não sentimento, rotina, hábito.E Platão conceitua que o homem realiza a sua humanidade na razão que é a ação racional e também felicidade e virtude.

Mas aqui nesse momento, o que desejo não é me aprofundar mas falar um pouco da ética comum de todos os dias que aparece via de regra em situações corriqueiras, principalmente na vida dos homens que decidem os destinos de nosso país. E agora tão perto das eleições vejo tantas atitudes pouco éticas que os norteiam, uma das quais, é prometer e mostrar as mais descabidas intenções, o que é uma falta de ética dirigida principalmente à imensa população pobre e abaixo da miséria de que é constituída nosso país e que no afã de ter esperança que parece sempre ressurgir, acreditam nas éticas de consumo baixo que dominam grande parte dos políticos de nosso país.

Claro que existem aqueles que são sérios e seguem a ética que não lhes permite enganar e não estão fazendo favor nenhum, eles estão certos, são éticos, os outros é que estão errados abusando da convicção de uma população simples e crédula. O que de mais antiético pode existir do que iludir o povo trabalhador, esperançoso, que em condições de sobrevivência precisa acreditar em seus dirigentes? E que ética é essa que acredita que o é simplesmente porque agiu como todos os seres humanos deviam agir: Com honestidade e moral cujo básico princípio é a prática da verdade?

Lamentável o que vemos de inconsciência e falta de ética transformando o período pré eleitoral numa avalanche de atos tão antiéticos que chegam a ser desumanos!

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