Aproveito essa semana que tivemos o Dia Internacional da Amizade para falar
não de mim ou do que realizamos mas de algo muito mais importante e consistente:
O valor inestimável da amizade. Nessa oportunidade vou ressaltar duas
pessoas.Claro que tenho muita gente a quem devo meu carinho, atenção,
força e acredito que levaria horas para enumerá-los todos, incluindo
minha família.
Mas aproveitei a emoção com que me lembrei desses amigos para
falar um pouquinho deles. O primeiro me conheceu na hora em que nasci, era um
médico da família, muito amigo de meu pai e que me adotou não
legalmente mas efetivamente porque foi a pessoa que mais me compreendeu e amou
em todos os sentidos até morrer há alguns anos. Jamais poderei
nem de longe agradecer o suficiente à dedicação e os sacrifícios
que fez por mim.
Sua preocupação estendia-se a meus sorrisos ou lágrimas
e nunca vi ninguém exultar tanto quando me via feliz. Chamava-se Dr Odilon
de Andrade Filho. Basta dizer que o ouvia mais do que a meu pai e por intermédio
dele aprendi muitas lições sábias que conservo e conservarei
para sempre.
Recordo-me que um dia que estava decepcionado com algo que tinha lhe acontecido
me falou de um jeito extremamente persuasivo: "Nunca deixe de ajudar a
alguém que esteja precisando sejam quais forem as circunstâncias.
Possivelmente não será ela mesma que lhe apoiará num momento
que você precise. Mas, tenho certeza que outra que você nunca viu
o fará.E continue a auxiliá-la mesmo que não receba nem
um sorriso dessa pessoa pela qual se dedicou Não acredite na decepção,
apenas ouça seu coração e prossiga". Nunca esquecerei
dessa frase e tento reproduzir o que ele queria me passar. Meu "tio"
Odilon tinha absoluta e completa razão.
O outro amigo, conheci aqui na internet e era um velho escritor extremamente
sábio com mais de 80 anos mas cujo carisma e inteligência foram
sombras amenas em que me resguardei durante vários anos. Nos conhecemos
quando eu fazia um trabalho sobre drogas que sua experiência discordou
em alguns pontos e me disse claramente. Acabamos para isso debatendo várias
vezes porque sua experiência e sabedoria me faziam completamente cativa
de suas opiniões e amizade.
Depois vim a conhecer a família dele no Rio e visitei-o quando estava
doente no hospital e dissera à sua filha que gostaria que eu fosse lá.
Chamava-me de filha e várias vezes provou o carinho extremo em ocasiões
diversas e contrastantes.
Os meus dois amigos se foram, a saudade bate forte, as lembranças se
avolumam e naturalmente a cada perda valiosa como essa devo me lembrar de valorizar
as pessoas queridas, os amigos que aqui estão, demonstrando meu amor,
ternura, gratidão e enfatizando o valor grandioso da amizade.