A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
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História de São Valentim

(Armando Sousa)

Quando o pensamento voa por entre montanhas de estrelas, quantas vezes abre meu coração deixando exposta uma luz brilhante de calma. Essa luz excedente entra mansamente nas chagas de dor e sofrimento;

Sim essa luz fica parada numa paz de espírito como no começo da gestação do ser.

Quantas vezes pergunto quais nuvens poderão ameaçar o meu céu, se eu posso ir buscar com o pensamento o meu sol e deixa-l.o brilhar em mim.

Para quê noites escuras se meu pensamento pode voar para dias claros e deixar as noites e seu lindo luar com montes de estrelas à humanidade do universo deliciando-os com amor.

Se for em sonho, ao acordares podeis arrancar a madrugada, veres se o dia vem colarinho com promessas de novos momentos de doçura e carinho.

As gentes podem aprender a sentir e amar com dia bonito saído do luar, ou sentirem nojo pelas gentes que fomentam guerras, perante esta armonía de felicidade.

Quanto mais nos elevamos no bem, mais podemos agradecer a nosso ser.

Os olhos são nossas portas do coração; abrumo-Los para eles sentirem e ver o amor ao próximo.

Estava eu assim divagando, o telefone tocou, enchendo meu coração de negrura, um pano preto o cobriu, não de vergonha, mas de dor.

Digo-te em frente ao computador amargamente chorei.

Hoje mais que nunca chorei copiosamente por me encontrar ausente da terra onde nasci, e até aos 30 anos vivi. Foi lá longe onde hoje 5 de Setembro de 2002 faleceu meu irmão que tantas vezes me ensinou contando belas historias e me deu pão.

Estou muito distante e não posso ir lá dar-lhe o ultimo abraço, o ultimo Adeus, dar-lhe o ultimo obrigado, sobre seu corpo pedir-lhe perdão pelas vezes que sentiu minha rudeza.

Olha irmão se me estiveres a ouvir e a ver, seca estas lagrimas de amor que estão por ti a correr.

Por te perder, já sinto saudades de tantas que ainda vão vir de não te ver parti.

Amigos, quando estes artigo leres, desde já peço perdão, quando recebia a noticia estava eu a escrever para me divertir, agora continuo a escrever, e continuarei a chorar, sem por as lagrimas nada poder fazer, apenas distrair meu pensar.

Hoje vos digo, sou mais pobre, perdi um pedaço que saiu das entranhas que eu saí, feito quase da mesma maça que eu fui.

Meu irmão; não o irei ver, mas vou procurar viver os resto dos dias com este remorso de estar longe, sem o querer, apenas o destino que me acompanha desde menino.

Em todo o caso quero vos dizer , nunca deixais para logo, o que podeis fazer agora, isto porque logo pode nunca mais chegar.

Mas nestes momentos de agora sejais alegres, usai a cortesia para viver.

Amarrai bem forte a verdade, que com ela passeia a alegria; com a mentira anda sempre a depressão, doença que mata parando o coração.

Para mim a maior riqueza é o amor sentido pelo meu semelhante, o valor é grande, mas posso carregar toda essa riqueza, nos meus sentimentos, ou no coração.

Posso compartilhar a minha luz, com os que a procuram.

Voz que me estais a ler, com voz estou repartindo o pouco do meu saber.

Sim também sinto ansiedade, sinto angustia, sinto um grande vazio que a perda de meu irmão me traz; ma tenho de continuar mediante da imensa tristeza.

Perguntas-me se tenho medo???….

Sim, tenho medo da vida, da incerteza de me ver sofrer enquanto sou parte deste universo onde nada está separado.

Uns caminham para guerras, outros para a harmonia da paz; depois o morrer será o despertar para o nada, para o terminar de sofrer.

Precisamos apertar nossos corações da mesma forma que apertamos as mãos com amigos, juntos procure-mós a resposta e assim as mulheres poderiam produzir povos duma classe de amor, que as diferenças de castas não existam, as cores das gentes desapareçam das mentes, e as fronteiras não forem mais motivos de guerras. Quando todas as mãos se encontrarem formando uma ponte, por onde possam passar alimentos para os famintos.

Quando nossas mãos se juntarem para cultivar esses alimentos.

Quando nossas mãos se juntarem para cultivar esses alimentos.

O mundo estará bem governado quando todas as mãos que levam alimentos à boca, ajudem a cultivar os mesmos; mas sobretudo quando todos nós ajudar-mós a espalhar a semente do amor, e nossos olhos as verem crescer, nossas mãos lhe arrancar as ervas daninhas, quando construímos uma rede que receba nosso corpo com ternura, arranque de nós sorrisos, que sequem nossas lagrimas, quando a esperança de vida não traga medos, e as emoções que os homens deram ao computador se tornem realidade, quando os homens forem humanos não maquinas.

Quando nossas palavras deixarem de ser possibilidades e se tornem em certeza.

Quando o espaço virtual se tornar num canino de realidade, transformando nossos sonhos.

Quando nossos pensamentos sejam responsabilidades concretizadas.

Quando cada intenção se transforme em um mundo de amor, verás que a paz está chegando…

Sobre meu irmão… acabou o seu sofrer… dos seus coágulos mais microorganismos vão nascer, isto não é morrer... Dele, outros microorganismos vão viver… viver!

(de Toronto, Ontario - Canadá)

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