A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

A Miséria, a fome e a dor

(Armando Sousa)

Desde crianca que ando com a dor atrancada dentro de mim, causa a miséria no mundo.

Verdade sofria de miséria a minha parte, ver comer Milho com os graeiros ainda mal formados, de tão pequeno que julguei ser brincadeira...pouco tempo depois realizei que eram as negruras da fome, o estômago vazio que fazia a pessoa assim aturar... não muito tempo passado, eu faria na mesma com as mesmas espigas,.. apenas as assava para o estômago não andar aos solavancos.

Comer fruta verde até o ponto dos dentes ficarem talhados como dizíamos à época.

Tantas vezes viam senhora com dois filhos a comer as crenças das silvas depois de lhes retirar a pele, dizendo ser para apaziguar a fome que a segunda grande guerra mundial fez cair sobre a pobreza, naqueles sítios.

Comer cebolas com sal era a minna maneira predilecta de matar a fome, ou os pepinos se os encontrasse, aquelas pequenas cabaças porqueiras eram um maná.

Se encontrasse um ninho de ovos perdidos entre os matos, metade deles era para matar a fome, outra metade era para calar a honestidade que em mim morava e os entrega ao devido dono da galinha.

Comi landras de carvalhos, mas eram amargas, todas as ramadas de uvas a pintar eram minhas, mesmo que fosse corrido ou cace e batido. A fome era mais negra que a vergonha, e minha mãe nada tinha para me dar...

Quantas vezes a passar por um campo de centeio arrancava algumas espigas e tirava um graeiro de cada vez para ir mitigar a fome.

Mas hoje ao olhar a TV vejo tantos com o abutre esperando de lhe retirar os olhos que nem bolsos tem para por esses graeiros, e os graeiros não existem para essa gente, o chão está em pó e esta gente sem sabe, sem ferramenta para cultivar a terra, e o saber com abrir um pouco para poder beber água boa e regar o cultivo.

Sabemos que nos países civilizados podem aumentar o cultivo, mas logo é absolvido pelo aumento da população, ou se o aumento é demais é destruído para equilibrar o preço...

A Religiao nos países pobres e de pouca instrução é o pior inimigo da fome em família.

Esta condena os preservativos e não ensina o manejamento de família... mesmo incentivado a procriar.

Erguem e igrejas e mosteiros para o serviço das rezas e o receber de rendas, mas nunca mandaram fabricar enxadas e o ensino ao cultivo... vêem-se os membros dos governos bem lustrosos, mas nunca retiraram economias para uma máquina de furar poços para haver água para saúde e irrigação.

Os Americanos enviam tanques e canhões, mas nunca mandam um tractor para fabricar a terra... tem soldados para matarem e ser mortos, mas nunca tem professores para ensinar os ignorantes.

Na América uma diocese foi obrigada a dar 600 milhões de dólares para os abusados sexuais cometidos por bispos e padres, mas nunca autorizou a derreter um pneus para fazer camisinhas e controlar a população.

Bigamia prolifera no Canadá e na América, mas não existem juízes que condenem esses homens com seis esposas e 50 filhos... as filhas são guardadas para poderem ser desfloradas e servirem de esposas a outro bigamintas... os rapazes aos 14 anos deixam-nos na rua longe da fazenda, que se defendam...

Os fundamentalistas, esses nem as filhas deixam ir para a escola...obrigadas a usar burca para que não seja cobiçada a pele...creio que debaixo daqueles trapos talvez seja um fedor de matar.

Morrem de fome mas têm tempo para criar papoilas para fazer droga, os filhos não sabem o que é um banho.

Vestem os filhos de dinamite para matarem aqueles que lhes querem ensinar como viver.

O que afinal seria simples, as pessoas serem honestas e não lhes comprarem as drogas, para tornar um mundo são em dementes drogados.

Tudo isto em nome do poder...

E a única coisa que pediria a deus se ele existisse, seria a semente do amor e a poder espalhar por todo o mundo, o odor entrar nas narinas de todo o humano o tornando em sinceridade , em doçura de amor.

Mas deus não quer, ou não existe, e assim continuamos a ser escravos, a sentir a fome e opressão, sentir o frio de rachar, a servir de festim aos abutre, se viver, a sentir ódio por tudo isto no coração, e ainda todos os dias ter de ouvir as mentiras em pregação...

(de Toronto, Ontario - Canadá)

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente