A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
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Pronto, cá estamos. É Natal.

(Armando Sousa)

Mesmo sem saudades de escrever, estou com saudades loucas de um passado que não volta mais.

Verdade que tenho tido uns dias de velhice maravilhosos.

O trabalho, verdadeiramente trabalho terminou para mim, mas o trabalho era uma alegria, um prazer enorme quando chegávamos ao fim da semana, quando a semana conseguia ter fim, não fosse o diabo tece-las e ter de ficar a trabalhar o fim de semana.

Eram tão suaves aqueles sentimentos, que nos traziam alegria de viver, quando agarrávamos um dia de descanso depois de tantos exercícios físicos, forçados pelo trabalho.

Terminávamos com a consciência desafogada de termos cumprido um dever para com sociedade.

Aproximava-se esta época, ficávamos excitados, com o orgulho de poder cumprir quase sem limitações os sonhos de quase um ano,
A alegria era imensa dentro do nosso eu.

Por outro lado à proximidade do natal, alegrava-me de ver a alegrias das crianças, percorrer os armazéns de brinquedos, e senti-los formar nas suas pequeninas mentes em formação, sonhos de felicidade imensuráveis.

Mas dentro de mim entrava a tristeza de contribuir para deixar aflorar naquelas mentes em formação uma lenda bonita mas sem raízes verdadeiras, lenda que aqueles que quisessem raciocinar veriam que estavam a contribuir para uma mentira global, que foi e será através dos séculos um dos maiores motivos de desavenças, entre os povos.

Tudo isto me causa uma sensação de desconforto sem esperança, vejo que as gentes do mundo ainda não compreenderam que o natal será pobre e sem graça, para mais de três bilhões de seres que contam com menos de dois dólares por dia para viverem, natal para esses seria ter mais um bocado de pão; como no meu tempo de criança, mais duas batatas com couves e uma espinha de bacalhau.

Mas nós agarrados a essa lenda corremos todo o mês em busca de alguma coisa que nos adocique um pouco o nosso egoísmo. Queremos mostrar o nosso brinquedo, quer seja um carro novo, um computador, uma maquina digital, já não falando em telefones celulares da mais alta tecnologia que nunca aprendemos a usa-lo com toda a sua potência.

Claro que o verdadeiro Natal não é feito pela data, mas pela grande alegria de vermos os nossos semelhantes alegres, se é que temos outros para conviver.

A felicidade e alegria, se reinassem em nós, e nós nos escondêssemos atrás dum belo sorriso a cada momento; seria sempre natal.

Em verdade, nós apenas precisávamos ser verdadeiros, amar uns aos outro, e nunca querer ultrapassar a igualdade, se amor ao trabalho fosse igual ao de ter pão sobre a mesa.
A necessidade de realizar o trabalho, seria igual à de ingerir o pão, teríamos sempre natal.

Este ano os sinos não soam com a mesma alegria, nem a musica tem o som melodioso que irradiava nosso ser, mas existem ainda muitos que procuram comprar, a alegria artificial, que com o tempo lhes vai roer o fígado, como um abutre que o arranca pouco a pouco, até que aquela que tem escolha verdadeira os venha arrebatar a essa alegria formada pelas drogas e pelo álcool.

Sobre a data verdadeira do nascimento, 25 de dezembro é imaginaria, como imaginaria é tudo que torna a sua volta, mas a mensagem essa deve entrar em nós como que seja realeza, e vive-la com alegria real.

Claro que muitos de nós não temos o dinheiro que desejaríamos para comprar os presentes, até que sejam de necessidade para os entes queridos que amamos; mas se ao menos podermos comprar o perfume amoroso que pelo menos dá um sorriso de alegria, e que podemos aquecer o corpo de tantos desesperados e aflitos, que sofrem dia e noite, com falta de alimento e cobertores, o significado Natalício, que viva sempre entre nós
Infelizmente estamos ouvindo tocar os tambores de guerra, com palavras e ameaças que nos arrepiam e regelam os ossos ao sabermos que tudo isto nos advém dessas crenças e dessas lendas, onde as religiões se refugiam, para fazer validar mentiras que se tornaram em grandes verdades, mesmo sendo mentira.

Esquecendo tudo isto: BOAS FESTAS e FELIZ ANO NOVO! Para todo o universo.

Nesta época Natalícia também gostaria de dar presentes, a todos com quem convivi, claro que me é impossível, mas com a ajuda do diretor e editor deste jornal nove ilhas podereis ver imagem de alguém que entrou no nosso coração, alegrando o mundo à sua volta, aqui ficam para a comunidade algumas fotografias que me são queridas.

(de Toronto, Ontario - Canadá)

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