A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
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A doença dos apagões

(Armando Sousa)

Esta não foi de brincar, mas eles agora não querem a coisa, é grande demais. Bem pensado: isto foi o mafarrico para a humanidade; 50.000.000 a mandar para os lagos pelo menos um quarto de quilo de marmelada sem ser tratada, e um litro de jeropiga - faz muita maresia - depois as baterias na água para causar doença são aos trilhões, ou como se diz o outro número a cima… Zilhões?…

Onde se pode estar bem é nas cabanas lá para o meio do mato… sim, não há mato mas há pinheiros, para fazer a vida um buraco na terra e ramos a volta, como antigamente; a água essa ferve-se; banho não é preciso; serve de veste vírus repelente, esses mosquitos que vão ferrar no cu duma abelha que é doce.

Podemos ensinar as crianças a jogar à barra e ao pião, ou à pedrinha já que não podem ir a Terra das Maravilhas.

Tinha razão Algor e Clinton em pensar em construir uma ponte para o 21° centenário , mas saiu-lhe Bush como engenheiro que está fazendo uma ponte para voltar a humanidade ao tempo dos cruzados.

Que alegria se eu pudesse voltar ao tempo de Clinton; sim gostava de mulheres, qual o problema? Digo-vos sem hipocrisia eu também gosto dessa beleza; creio que a mulher deveria ser considerada a primeira maravilha do mundo, mesmo que a cada fim de semana tivesse de levar flores a seu altar.

Nós ontarianos somos mesmo pessoas optimistas, sem gás no carro; andamos de estação em estação, com a esperança de encontrar alguma com gerador ou energia solar, porque a aerolito é considerada energia de terceiro mundo; e esta gente não quer copiar energia assim tão barata. Pobre mentalidade.

O nosso primeiro ministro e o ministro do Ontario desapareceram, um esperava pelo telefonema de Bush que andava numa campanha de arranjar as coroas para fazer a ponte que nos leva à destruição total; o outro espera dizer ao primeiro ministro, olha Jean aqui tens a maneira Ontariana de poupar energia e água; em parte as torneiras ficaram secas, eu creio que vais atingir a tua cota do Kioto.

Mas logo o Mell diz que estará para Maio o nascimento de bebês à descarga, dizem com o apagam não encontravam as pastilhas do outro dia , ou as farmácias estavam fechadas; será?…E que todo o resto trabalhou às maravilhas... quereis que vos diga?... Como estava calor dentro de casa; vim para o pátio, deitar-me na cadeira comprida, e principiei a contar estrelas como quem conta carneirinhos, mas não foi preciso contar carneirinhos, adormeci a contar estrelas.

Eu até estava pensando em nomear a cidade de Nova York no livro das coisas raras como a Cidade das Velinhas, deixando Toronto em segundo lugar como a cidade das pilhas ou da escuridão.

O Person Aeroporto é como um dos maiores hotéis do mundo, porque creio que na terra do tio Sam teria de haver maiores hotéis, e creio mesmo que aquela gente nunca viu tantas estrelas ou contou tantas. Vamos estar a pau para a próxima, e por sim ou por não comprar um gerador elétrico para que a comida da frisa não se estrague, e possamos ver onde estão as pastilhas do outro dia.

(de Toronto, Ontario - Canadá)

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