Urge a necessidade de se constituir um Conselho Estadual de Comunicação
Social. Um Conselho Estadual de Comunicação sob o controle da
sociedade civil organizada. Não um Conselho para censurar, cercear, tolher
à livre expressão do pensamento e as informações
de fatos que são considerados de direito republicano. Que fortaleça
e respeite o direito à informação, sem manipulações
a cidadania de todos nós. Um Conselho que balize o exercício ético
do papel da comunicação social num estado democrático de
direito (em todos os meios de comunicação e sistemas). Um Conselho
propositivo, que ajude na construção e na sedimentação
de uma consciência social responsável e justa.
A história da imprensa no Brasil é a história da dependência
do mando do Estado. Todos os governos teve a imprensa que mereceu. Já
não podemos afirmar isso em relação ao povo brasileiro.
A imprensa ainda deve um nível de melhor qualidade, de respeito e principalmente
de comportamento ético que se possa classificar de irrepreensível.
Haja vista que a imprensa, sempre foi confundida com os interesses imediatos
de quem governa. Atrelando sistemas de comunicação particulares,
perpassadas por conchavos, em nome de uma tal 'concessão pública'.
Logo propriedade do povo. Mas nunca exercida em seu interesse e nome. Sem muito
arrodeio: a imprensa no Brasil ainda precisa dizer a que veio. Pois o que se
faz ainda hoje, não resiste à meia hora de análises sérias.
O Estado no Brasil pode tudo (mas deveria ter limites). E seus representantes,
operadores, governos, suas instâncias de autoridade e poder, precisam
compreender de uma vez por todas, que tudo evolui inclusive o papel do estado
e seus governos. Não dá mais para aceitar calado que o mandante
de plantão faça suas listas e determine aos meios de comunicação,
de quem pode e quem não pode exercer o direito da crítica. Influindo
para que jornalistas sejam demitidos ou fechando empresas de comunicação
- via processos judiciais - numa pura intimidação do Estado contra
o direito de informar. O grande e legítimo proprietário do poder
é o povo. E só a ele é permitido o direito de impor vontades.
Aqui o povo deveria mandar e os governos obedecer.
Um Conselho Estadual de Comunicação Social, com a presença
de TODOS os entes sociais representados. Que seja paritário, democrático,
onde o objetivo comum seja o bem comum. Sem as manipulações tão
corriqueiras em conselhos outros de controle social. Não defendemos esses
conselhos falsos, que são montados pra constar: "A lei obriga...
eles têm que existir... mas não é para funcionar não'.
Não precisamos desse tipo de conselho. Desses já bastam o do SUS,
o da Criança e do Adolescente, do Idoso, da Mulher, da Educação,
etc. e etc. Urge um choque de seriedade nas coisas. Menos hipocrisia e mais
ação. Coladas nas necessidades da população. Não
estamos mais no tempo do império, onde reizinhos e principezinhos eram
adorados por força da força e da escolha 'divina'.
Urge mudanças.