Esse ano tem eleição em outubro. Vamos escolher prefeitos e vereadores.
Aliás, vocês vão escolher prefeitos e vereadores, pois quem
vos escreve já se definiu. Vota nulo. Enquanto perdurar esse hiato de
que não se sabe como controlar os eleitos, eu prefiro não elegê-los.
Pois se elegê-los vão continuar sem cabresto popular e logo vão
meter a mão no erário que deveria ser público. Mas para
quem vai votar é bom pensar em algumas coisas antes de se decidir eleger
esse ou aquele candidato. E como tem candidato esse ano! Aliás, ser candidato
a alguma coisa parece ser o esporte de preferência nacional. Superamos
o futebol. Pois todo mundo quer ser alguma coisa. De preferência representando
alguém ou alguns alguéns.
Resolvi esse ano ser uma espécie de advogado do bom senso. E quem sabe
até consiga alguma coisa. Pois as questões que tenho para colocar
no tabuleiro do que chamam de eleição, são questões
que precisam de muitos esclarecimentos. Veja só, começo colocando
a questão da re-eleição. Pense comigo: se um usuário
da PMJP/PMCG/PMP/PMC/PMG/PMM/PMI etc. (contribuinte, eleitor, cidadão)
ligar para o prefeito, pedindo a ele alguma providência - responda rápido
- você está falando com o prefeito ou com o candidato a re-eleição?
Não seria mais ético renunciar seis meses antes da eleição?
Perguntas, perguntas, perguntas.
Agora, diga-me com muita sinceridade, como votar numa re-eleição
de um candidato sem que ao menos uma única prestação de
contas de sua administração tenha sido votada, analisada, checada,
feita uma apuração, uma análise detalhada, se os gastos
foram feitos dentro dos conformes como diz o nobre e sensato jornalista Rubens
Nóbrega? Como de fato votar com segurança naquele ou nesse candidato
que apesar de sua propaganda institucional nos dizer de como o mundo conseguiu
viver até hoje sem ele mas que não teve suas contas nem sequer
julgadas para o crivo da população ou mesmo até do Tribunal
de Contas, ou faz-de-conta? Quem sabe tudo isso não fique esclarecido
de uma vez por todas? Pois queremos saber a verdade. Nada mais do que a verdade.
Infelizmente sinto-me incompetente de entender essa lógica que querem
impor a maioria de todos nós. Querem os cargos mais não querem
o encargo do cargo. Pois se quisessem seriam os primeiros a querer que suas
contas fossem julgadas antes das eleições desse ano. Que afirmo
que do jeito que vai não possuem nenhuma legitimidade. Pode até
ter amparo legal. Mas infelizmente não dá para avaliar os ocupantes
dos cargos. Visto que nem as suas contas questão primordial de improbidade/probidade
administrativa que temos que conferir se foi feita. E o TCE é o único
culpado dessa situação. Pois fica ai dizendo que não precisamos
de um Tribunal de Contas dos Municípios, mas nos parece - fica claro
- que eles não dão conta do que tem que ser dado conta. É
ou não é?
Essa democracia que querem nos impor logo não tem nada de democrático
não vai dar em lugar nenhum. Inclusive é muito arriscada. Pois
de repente vão aparecer pessoas/grupos sociais que se voltará
contra tudo isso e daí para um enfrentamento campal é coisa de
milímetros. É bom chamar o feito a ordem se querem mesmo estabelecer
um processo democrático que garanta o contraditório. Sob pena
de entramos num processo de autoritarismo e ai vai ser cada um por si e Deus
por todo mundo. E lhes garanto, Deus anda muito ocupado. Seria bom que o bom
senso voltasse à normalidade e se estabelecesse formas de convivência
- no mínimo salutar - para o desenvolvimento harmonioso da sociedade.
Apostar no esgarçar das instituições e na distorção
do que seria o conceito da ética - cada vez mais a serviço de
um só discurso é apostar na fatalidade do processo democrático.
Pois acredite, política não é nuvem. Ela muda com certeza,
mas tem conseqüências óbvias.
Chamo a atenção especial do TCE e do TRE para o momento que
se avizinha. Pois essas instituições têm um excelente momento
para dizer alto, claro e bom som a que de fato veio. Pois custam os olhos da
cara dos nossos impostos - que de tão impostos - dá vontade de
se rebelar contra tal confisco. Mas acreditemos que poderia ser diferente disso
que está ai. Onde os homens e mulheres públicos comporiam seus
mandatos com probidade administrativa - mas mesmo que fosse assim - ainda seriamos
acusados de escolher de forma inconsciente. Até parece que as eleições
por aqui são algo de surreal. Pois como acreditar que os eleitos vão
de fato nos representar. Se nem as suas contas sabemos se foram ou não
aprovadas, portanto legais? O TCE e o TRE têm que esclarecer tudo isso.
Ainda há tempo. Sob pena de ficarem definitivamente desmoralizadas sob
o conceito do que seja probidade administrativa entendida pela opinião
pública.