É claro que o ano começou em primeiro de janeiro. Mas o ano administrativo
no Brasil só começa depois da quarta-feira de cinzas. É
hora de arrumar a pauta do ano da graça de 2008. Pois até os orçamentos
estarão abertos. Agora têm crédito na praça e mais
uma vez vamos ter um ano de eleição. Não sabemos ainda
bem para que nos serve, mas vamos ter mais uma. Ano de eleição
é ano de muitas promessas e tapinhas nas costas. Ano em que os políticos
saem da toca. Vão à caça de votos e dementes afins. Desde
já, coloquei na minha agenda: nada de envolvimento político em
2008. Eu quero é culturar. Continuar ajudando na consciência
planetária de que aqui pode ser um mundo bem melhor do que esse que
estamos vivendo.
Na minha agenda para 2008 está a contribuição - pessoal
e intransferível - por uma cada vez mais estruturada política
de cultura para a Paraíba e o Brasil. Esse ano vou ser de novo 'assessor
espontâneo' do Ministro Gilberto Gil. Claro, como sempre sem salário
ou cartão corporativo, mas por pura corporatividade com a classe.
Não dos Ministros, mas dos que fazem, promovem, divulgam cultura. A cultura
pra mim hoje, é a única coisa que ficou de fora dessa politicalha
que se pratica no Brasil. E olhe que as tentativas de emparedar a cultura, dando-lhes
limites e definições pré-estabelecidas felizmente ainda
não conseguiram bricolagizar a dita cuja. Pois ela segue, leve, solta
e descomprometida com a visão particular de mundo de quem quer que seja.
O Governo do Estado da Paraíba apesar de todas as críticas que
poderemos fazer e fazemos, continua a fazer o seu dever de casa. Ainda tímido
para sua capacidade de investimento, mas fazendo. Mesmo assim ainda é
o Governo que mais investiu em cultura na Paraíba. Basta consultar a
história nessa área. Nesse ano de 2008 teremos orçamento
de 3,8 milhões de reais para a oxigenação do mundo
cultural paraibano. Isso só no orçamento da Subsecretaria de Cultura
do Governo Estadual. Poderia ser mais. Poderá ser mais. Vai depender
muito do fôlego e da capacidade de comprometer esses recursos com projetos
que possam dar maior visibilidade e consumo nos tais produtos culturais paraibanos.
Precisamos iniciar de vez, mesmo em 2008, o movimento da Subsecretaria de
Cultura pelo interior do Estado. Lentamente as políticas públicas
para a cultura vão se delineando com o funcionamento do Fundo de Cultura
Augusto dos Anjos - FIC; a Lei Canhoto da Paraíba e a novidade desse
ano: Pontos de Cultura, agora estadualizados. Pois o Ministério da Cultura
através da sua delegacia regional, propôs ao Governo da Paraíba
a instalação de vinte novos Pontos de Cultura (já existem
atualmente funcionando no Estado mais de uma dezena de Pontos de Cultura ligados
diretamente ao MINC). Nos orçamentos federal e estadual estão
previstos 1,2 milhões para a criação estadualizada de vinte
novos Pontos de Cultura. Com o cumprimento dessa meta iremos fortalecer grupos
e ações culturais que preservam e desenvolvem a economia da cultura
(e a cultura da economia) numa perspectiva empreendedora e de auto-sustentação.
A cultura da Paraíba precisa andar com suas próprias pernas e
o poder público tem obrigação - em todos os sentidos -
de apoiar, desenvolver, assegurar, a continuidade e a ampliação
desse setor na economia e na vida de todos nós.
Um bom exemplo disso que falo é o que se faz hoje com o Artesanato
Paraibano e que pode ser feito em todas as outras áreas da cultura paraibana.
'Quando se quer fazer as coisas, arranja-se um jeito. Quando não se quer
arranja-se uma desculpa', já profetizava o aforismo Árabe que
deixou clarividente o que o 'vidente' paraibano Geraldo Vandré também
já dizia: 'quem sabe faz à hora, não espera acontecer'.
Em 2008 eu só quero saber de cultura, dessa feita pela imaginação
e sentimento dos homens e mulheres ao sul do Equador. Pois a cultura hoje é
planetária. Feita na aldeia, mas planetária. Pois é dessa
consciência cultural que preservaremos um futuro. Pois ele precisa
existir.