Até onde vai tua ilusão Brasil? Pois vives de crises seculares.
A crise étnica do descobrimento. A crise moral da colonização
e a crise ética da atual república. Aonde pensas que vais Brasil?
Rico de tudo, celeiro do mundo, se quisesse ser. Ter e não ter. Não
sabe distribuir, quinhentos anos de acumulação sempre na mesma
lógica: uns com tudo e muitos sem nada. Iludes quem Brasil? Quem tu enganas?
Prometes e não cumpre. É sempre um vir a ser. É promessa
em construção. Uma esperança de futuro, desperdiçado
no hoje.
Na tua tragédia política e administrativa, onde planejas mal e
executas pior ainda, contribui para que teus filhos fiquem assim, à margem,
ao Ipiranga das tempestades da fome e da miséria. Ajuda? Sim. Cidadania
sempre. Bolsa esmola nunca. Salário ínfimo jamais. A quem pensas
que iludes com essa administração pública? Tão privada
de ética, transparência e justiça? Onde pensa que vai chegar
Brasil, dessa forma e desta maneira? Teus homens fazem negócios com tuas
riquezas. Tanta esperteza que não dá nem tempo de pensar nos outros.
Não é o Brasil que sonhamos para e com os nossos/seus filhos.
'Pode ser o país do futebol, mas com certeza não é o meu
país' como está dito na musica de Flávio José. Esse
não é o Brasil do meu futuro. E sem futuro, tenho que rever o
hoje para que possa estar nele amanhã. Não aceitamos tuas injustiças,
teus esquecimentos, teus abandonos. Essa corte que se diverte as tuas custas
é a mesma que desdenha dos filhos teus. Não temos que suportar
esse desaforo e nem muito menos pagar-lhes a conta.
Brasil que farás nos próximos séculos? Existirás
como nação ou serás apenas 'era uma vez uma floresta ao
sul do Equador' como diz Vital Farias? Quais são teus projetos para cuidar
dos teus filhos Brasil? Esses de hoje e os vindouros? Que fazes hoje para garantir
tua existência no amanhã? De manhã logo cedo dirá
o quê para os teus filhos Brasil? Ou vamos fazer como o presidente John
Kennedy dos EUA que pregava: "não pergunte o quê os EUA pode
fazer por você. Mais o quê você pode fazer pelos EUA".
E aqui perguntamos o quê? Perguntamos a quem? Nós mesmos poderemos
responder: queremos um país de verdade, justo, decente. Indiscutivelmente
reconhecido na face de todos.
Mãos à obra Brasil. O tempo ruge. Apesar dos governos.