A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
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Rescaldo do primeiro turno

(Artur da Távola)

* Com a votação (em geral) do País, creio que o Brasil salvou-se, ou, pelo menos, deu esperanças de salvar-se de grave crise institucional,

* De parabéns o Ministro Marco Aurélio de Mello. Sua atuação à frente do TSE foi exemplar. Desde a organização do pleito, passando por suas falas didáticas ao País sobre a importância do voto e pela qualidade das mensagens televisivas apresentadas. Agiu como magistrado e professor de Democracia. O resultado foi a diminuição considerável de votos nulos e em branco. O povo entendeu.

* O TRE do Rio de Janeiro também contou com um juiz-presidente de alta envergadura, o Desembargador Roberto Wider. Pela primeira vez, em muitos anos, tudo correu bem e concluiu-se a tempo.

* A legislação eleitoral precisa ser revisada para manter os avanços do recente pleito, mas sem colocar camisa de força nos candidatos. Principalmente nos que não possuem recursos.

* Não sei como o Brasil não se dá conta da loucura destrutiva que é o Presidencialismo.

* Tristeza pela não eleição do Deputado Federal Paulo Delgado, do PT de Minas Gerais. Com 16 anos no Congresso, sou testemunha de sua qualidade intelectual e moral.

* A eleição de Jacques Wagner salvou o PT de fazer apenas três Governadores: o do Piauí, do Acre e Sergipe.

* Não me preocupa a eleição dos chamados exóticos. São muito poucos, altamente bafejados pela mídia televisiva, e, ainda, minoria. A julgar pela qualidade média dos programas de quase todos os canais abertos e, mesmo, os de assinatura, tinha de ser assim mesmo.

* A classe política ainda não aprendeu que, na imensa maioria dos casos, quase ninguém transfere votos. Houve dezenas de casos. O povo sempre se colocou acima.

*A imprensa aprecia ironizar alguns eleitos que são filhos de políticos famosos ou tradicionais. Injusto. Quantos deles - posso citar o Rodrigo Maia, como exemplo - são quadros qualificados e acostumados ao jogo político, sem se corromperem.

* Outro engano vem de candidatos suporem que terão alta votação, pelo fato de aparecerem com destaque em CPIs. Por essa crença equivocada, o Congresso perdeu dois ótimos nomes, entre muitos outros, como, no Rio, Eduardo Paes, do PSDB; e o Biscaia, do PT. Já vi esse filme várias vezes... Desde a CPI do Collor.

* E, uma vez mais, as pesquisas eleitorais vão perdendo credibilidade. Até porque todas elas são pagas por alguém. E a metodologia está antiquada. A única pessoa que vi falar com profundidade sobre pesquisas foi o Cesar Maia. Ele conhece tudo sobre o particular. E não errou uma previsão sequer, isso muitos meses antes do resultado final.

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