Quando nos tornamos maduros, só então descobrimos não ser
tão seguros, aptos e acabados como, quando moços, imaginávamos
serem os mais velhos. Ao contrário, aumentamos o conhecimento de nossas
limitações. E verificamos que também eles possuíam
as mesmas deficiências e limitações nossas. Há uma
tendência de se hiper valorizar o passado, E ela vive a nos assaltar.
Em compensação, idealizamos menos a vida, os seres, aí
sim se ganha a madura relatividade no julgamento de coisas e pessoas. Diminuem
as opiniões, aumentam as análises. Idosos cheios de opiniões
e "verdades" são pessoas que não evoluíram. Ou
só evoluíram no interior do tubo de idéias dentro no qual
sempre se movimentaram. Estes são os verdadeiros conservadores. Em qualquer
idade...
Na política dá-se o mesmo, quando nela amadurecemos, descobrimos
que pessoas consideradas aptas e competentes, possuem as mesmas deficiências
do que nós. O que varia é o campo da competência e da incompetência
de cada um.
***
Quem só conhece política através do noticiário (o verdadeiro conhecimento só vem com a militância permanente e leitura constante de livros) não tem a menor noção de quem são e como são os políticos, salvo os casos extremos de bom e mau caráter.
***
Um político pode ser ótimo parlamentar em Brasilia que isso não tem qualquer correspondência com o que dele se sabe em seu Estado. O mesmo se aplica aos malandros e aos desonestos. Eleitoralmente a realidade de Brasília é uma, e a do Estado (domicílio eleitoral da fera), outra. Daí a importância do voto distrital, acompanhado do distrital misto:partes de uma Reforma política que urge, ruge, porém não sai. Como é, fica muito bom para quem já está lá....
***
Um bom político eleitoralmente falando é aquele que não se esquece de se fazer presente em seu local de votação. Brasília é um túmulo para os bons e carradas de manchetes para os podres. Salvo quando se torna um nome nacional e o noticiário da mídia a ele constantemente se refere. Quer fazer uma prova? Lembre-se de quinze nomes de Deputados Federais de seu Estado.
***
Na esmagadora maioria dos casos (raríssimas e meritórias exceções) o comportamento do político é comandado por interesses e complexidades do lugar onde faz política.
***
Ser o melhor candidato não tem qualquer relação direta com a possibilidade de se eleger.
***
O político não é ele: é quem vota nele
Que tal comprar um livro de Artur da Távola? O Jugo das Palavras |