A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
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A Vivo é de morte

(Artur da Távola)

Um dos dramas da sociedade macro atual, é o de que o consumidor ou o usuário, não têm mais como se comunicar com os responsáveis por empresas ou órgãos governamentais. O que lhes vou relatar é verídico, acontecido por pessoa de quem atesto a honestidade ( e paciência).

Um de seus dois celulares caiu na água e se estragou. Ela o deixou de lado, ou seja, não usou e nem comprou outro aparelho pois o pai já lhe dera, bem antes, um segundo. Continuou a pagar apenas a linha já que esta pertencia um plano familiar com os celulares de dois de seus três filhos. Jamais atrasou.

Em julho chega-lhe conta relativa a junho no valor de 1300 reais. Ora, ela não dera telefonema algum. Ligou para o 1058, telefone da Vivo e depois de passar por várias seções e a ligação se interromper infinitas vezes, enfim chegou a um setor. Este, disse que abriria um processo para ver se o telefone estava clonado. Em 5 dias daria a resposta. Como esta demorava, ligou de novo para o 1058, deu o número do processo. Veio a informação de que o processo não existia. Pacientemente, abriu então novo processo. Passados os 5 dias veio a resposta: "o telefone não estava clonado". E nada podiam fazer. Para encurtar: abriram cerca de cinco processos internos sem dizer o que havia.

Desnorteada, ela disse que queria bloquear o número pois estava a receber contas de telefonemas que não dera. Resposta: Impossível! Ela disse que "estava bem e se era assim ela queria cancelar a conta". A resposta veio imediata inflexível: "Também não pode". Só pagando os 1.300 reais. Mas perguntaram se ela desejava abrir um novo processo. Aceitou. Passados mais 5 dias veio idêntica resposta: "a Vivo não identificava nenhuma irregularidade".

Nessa brincadeira passa-se mais um mês e lhe chega a nova conta agora totalizando cerca de 3 mil reais de dívida. E a ameaça: se não pagar o nome vai para o Serasa. Para encurtar, sintetizo: o telefone se estragara. Passou mais de mês recebendo informações de que não havia irregularidade. Não usa o telefone. Só se depara na Vivo com pessoas que não decidem. A empresa nega a clonagem. E não informa o que poderia ser. Tudo porque no mundo moderno as empresas impedem ou dificultam qualquer usuário de falar com quem decide. São todas muito "vivas". E de morte. A individualidade não mais existe. Nem resiste.

Sugeri que vá à Justiça. Cada vez há juízes mais independentes e corajosos.

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