A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
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A ditadura dos poderosos

(Artur da Távola)

Conquistada a base da organização da democracia com a Constituição de 1988, o País passou a viver outra ditadura: a da irresponsabilidade, impunidade, desprezo pela vida humana, corrupção e mergulho no lucro exorbitante e a qualquer preço. E o controle do País pela mídia e pelos detentores desse poderio econômico

O atual sofrimento da nação brasileira como conseqüência da impunidade e da corrosão moral precisa de lutadores bravos.Artistas e intelectuais são indômitos lutadores. Eles possuem armas pacíficas que as demais pessoas não têm: são conhecidos, amados, respeitados, simbolizam a arte, o trabalho, a magia de transformar o que fazem em beleza. Mas o maior dos lutadores é você leitor ou leitora com o seu voto e neste ano, pois o País está a ponto de explodir de respeito ao o indispensável: a democracia. Ela está em jogo, sim. Político não nasce do nada. Nasce de quem vota nele.

Ademais este País continua a viver a prolongada prática econômica que marginaliza segmentos pobres e gera privilégios para os agentes do capitalismo selvagem. A ânsia e a volúpia de lucros desordenados engendram ações que se transformam em assassinos.

Manda, portanto, no País, disfarçada, a ditadura dos poderosos, que possui máscaras diversas e disfarces. São eles: a irresponsabilidade; o desinteresse pela vida alheia; a impunidade; o desejo de levar vantagem em tudo, a desvalorização da vida humana, o enriquecimento rápido e a qualquer preço, a propaganda da violência, a incultura política de enormes segmentos da população. A predominância de privilégios de classe social ou riqueza; os preconceitos de toda ordem; a bagunça administrativa e a crise do Poder Público, tudo isso somado, perversamente, à falta de valores civilizatórios de vida e convivência (e este é um problema mundial). As sociedades apenas de mercado são sociedades implacáveis e perversas.

As tragédias acima citadas são os disfarces pelos quais a ditadura dos que se acostumaram a formas diretas e indiretas de poder (vale dizer, os poderosos) impõem à maioria do povo uma forma de esmagamento que desemboca no trinômio corrupção, violência e populismo.

Um país só cresce, amadurece e se modifica quando a comunidade organizada vai à rua para a defesa de direitos e deveres. Quando o povo quer e age, as coisas se modificam. E o dia da verdade é o dia da eleição.

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