A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
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O Caseiro e Okamoto

(Artur da Távola)

Uma das melhores piadas do ano ficou a cargo da Caixa Econômica. A de que precisa de quinze dias para apurar de onde saiu o vazamento da conta bancária do Caseiro. Ora, só pode haver saído da agência onde ele tem conta. Essa agência tem um gerente (ou mais) e funcionários. Um deles forneceu:

Num País onde o sigilo bancário do Sr. Okamoto, amigo de Lula, autor de pagamentos altamente suspeitos é mantido de modo estarrecedor pelo Supremo Tribunal Federal do Executivo (sua nova nomenclatura) o sigilo de um modesto caseiro é desvelado e entregue às feras da imprensa e do País em minutos e sem autorização judicial enquanto o rapaz depunha na Polícia Federal. Quinze dias para apurar!... Essa não !

Três entidades mandam no Brasil de hoje: Os Bancos; a Rede Globo (e as TVs em geral); e o Judiciário. O resto os segue sem perceber esse mando e o incorpora ou, no caso do Judiciário e dos bancos, obedece, fazer o quê? Fora do Banco do Brasil que está cem quilômetros à frente em organização e sentido social, os bancos fazem e desfazem. Ainda semana passada, por exemplo, eu recebia da Telemar, (que não é banco mas usa a prática deles) um daqueles planos bajulatórios (tipo "você foi escolhido etc") e mirabolantes promessas, já com o cartão de crédito com meu nome. Isso, sem qualquer autorização de minha parte.Ora, foi preciso uma lei para proteger-nos dessa prática usada e abusada pelos bancos poucos anos atrás. E o mais espantoso: não se trata de autorizarmos. Ao contrário, o texto (pequenino), ainda diz que se não quisermos aproveitar das "maravilhas", nós é que devemos avisar para o número tal. Não vou avisar droga nenhuma. E se me apresentarem conta a cobrar o que não pedi e apareceu em meu endereço, processá-los-ei. O judiciário é essa vergonheira pública como a de não respeitar o já descomunal salário teto, o dos Ministros do Supremo Tribunal Federal do Executivo, vide o caso estarrecedor da Justiça de Minas Gerais (por enquanto...).

Já a Rede Globo, esta, pelo menos, mantém informativos isentos, séries como a do JK, apresenta documentários corajosos e mesmo com riscos de audiência, por vezes presta um relevante serviço como o que - no Fantástico - abordou a tragédia da juventude brasileira, entregue às mãos do tóxico, sem ideais, sem futuro, sem alegria e sem esperança. Parabéns! Esta, embora também mande no País, o faz com parcimônia, pois nada impõe (o País é que corre até ela), esta, eu dizia, pelo menos presta alguns serviços relevantes.

Está tudo de cabeça para o ar. O Executivo comandado por um personagem de Shakespeare. O legislativo desmoralizado, infelizmente. O judiciário (aquele que deveria ser verdadeira e principal garantia da democracia) quase completamente emasculado. E certos setores da falsa esquerda a tentar desmoralizar as Forças Armadas que têm sido exemplares, apesar do episódio do avião. Isso não vai dar certo!

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