Perguntaram ao mineiro do que ele mais gostava. Mineiramente tentou não
responder e desconversava. Até que, ante a insistência obsessiva
do outro, foi perfeito e definitivo na resposta:
" -Tirante arroz com ovo, é muié, né, dotô?"
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Meu maior prazer, ao ver a novela Belíssima, é apreciar a qualidade
do elenco. Verdadeiros shows de interpretação ali são dados.
O que torna um prazer até engolir algumas inverossimilhanças da
história. E algumas "barras forçadas", para animar os
capítulos. No todo, um bom trabalho. O autor acertou na configuração
dos personagens. E os diálogos são muito bons para o gênero.
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Débora Falabella é a nossa Audrey Hepburn.
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Salvo no Canal Rural (a cabo), nossa televisão aberta é muito
fraca na apresentação das previsões do tempo. A exceção
é a Mariana Ferrão, do Jornal Bandeirantes. Não apenas
pela simpatia irradiante, a postura corporal discreta e elegante, como também
pelo fato de que esse noticiário dá mais tempo para explicações
a respeito dos porquês da meteorologia. Uma revelação. E
não tem ferrão algum. Ao contrário.
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O Luciano do Vale tem a voz do futebol. É imbatível. Mas "vem
de parado" - como se diz no esporte, quando alguém está sem
ritmo de jogo. Ele está bem ruinzinho nas transmissões dos jogos
internacionais, exclusividade da Bandeirantes. Não conhece os jogadores,
e para disfarçar o citado desconhecimento fala sem parar sobre assuntos
correlatos, em vez de narrar a partida, enfim, repete os invencíveis
vícios da narração desportiva por TV no Brasil. Idem, o
outro narrador da Band dos jogos do campeonato espanhol. Com dois comentaristas
aos quais não se escuta dado a dicção ruim, também
lá se conversa mais do que se narra os jogos.
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Em matéria de mediocridade dos participantes, o atual Big Brother Brasil
bateu todos os recordes anteriores deste infeliz programa que, nada obstante,
faz sucesso.
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Já estou com saudades do Jô Soares e da Christiane Pelajo, esta,
no Jornal da Globo. O Jô muito atacou os parlamentares por seus salários
e as férias exageradas. Dou-lhe razão. Só que ele ganha
dez vezes mais que Deputados e Senadores e deixa a gente a padecer sem sua verve,
alegria e rapidez de raciocínio. É o gordo em saborosas férias
de três meses. Os dois filmes em série que o substituíram,
pelo amor de Deus: péssimos!
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