Estudiosos franceses vêm fazendo, nas últimas décadas, estudos
sobre correntes sócio-culturais. Entre várias, despertam-me a
atenção as correntes referentes à relação
do indivíduo com o seu meio ambiente. Nelas, é possível
encontrar pessoas que têm:
preocupação com a aparência pessoal: se espalhou na maioria
da população feminina e numa proporção notável
na população masculina. Nunca, como hoje, o homem tanto se preocupou
com a aparência pessoal;
sensibilidade ao marco de vida: o lugar no qual se vive, seja a cidade (ou
o campo), seja a casa, com seus confortos e com toda uma linha de usos e objetos
estéticos ou funcionais, passa a ocupar parte da preocupação
do homem contemporâneo, gerando não apenas uma arte e uma indústria
próprias, como modos de vida concernentes;
preocupação com a saúde e a forma física: esse
elemento, "concentrado primeiro na doença a evitar, passou depois
para um outro marco: o da saúde a preservar", diz o estudo. Os aspectos
psicofísicos da vida passaram a ter enorme presença no homem e
na mulher, logo, no consumo, na arte, nos serviços e na comunicação;
necessidade de se arraigar: a excessiva mobilidade da vida e, sobretudo, a
provisoriedade na sociedade de obsolescência programada, determinam um
fluxo contrário: o de buscar raízes sólidas na relação
com o mundo. Esta é, portanto, uma poderosa corrente ascendente.
O ser contemporâneo também busca:
simplificação da vida: apareceu como resultante do esmagamento
decorrente do oposto: a complicação da vida, devido aos complexos
sistemas dentro dos quais o homem passou a viver;
realização profissional: detectaram as pesquisas francesas que
as pessoas deixaram de bastar-se com terem uma situação segura,
uma profissão definida, etc. Passaram a querer, paralelamente, realizar-se
como seres humanos e não apenas como profissionais;
Faltou acrescentar que a contemporaneidade teme.
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