Dia desses, relendo meu querido José Lins do Rego, encontrei referência
a um ensaio de Ventura Garcia Calderón sobre Balzac, o grande escritor
francês. Nele, Calderón seleciona e José Lins destaca alguns
pensamentos (ácidos) de Balzac sobre o ser humano na política.
Como anda em moda esquadrinhar a vida política por todos os lados, obrigando
os políticos a cuidado redobrado com palavras e comportamentos, transcrevo
para vocês alguns desses citados pensamentos de Balzac:
Raramente uma grande assembléia raciocina. Ela está sempre
apaixonada.
A maioria dos que não querem ser oprimidos são os que querem
oprimir.
Só se pode conduzir um povo lhe prometendo tudo. Um chefe é
um mercador de esperança.
É a imaginação que perde as batalhas.
Para que um povo seja verdadeiramente livre, necessário seria
que os governadores fossem sábios e os governantes, deuses.
Governa-se melhor os homens pelos seus vícios do que por suas
virtudes.
A palavra virtude, em política não existe.
Os tolos falam do passado, os sábios do presente, os loucos do
futuro.
E assim, pois, alguns pensamentos, de Balzac sobre os homens e a política.
Não preciso concordar com todos para publicá-los. São instigantes,
sempre. Concluo com esta grande verdade dita por Balzac: A idéia faz
muito mais mal que os fatos. Ela é a inimiga capital dos poderosos.
E já que estou no embalo de pensamentos sobre política, aproveito
e sapeco alguns pensamentos meus a respeito. Há que ser idealista; jamais,
porém, ingênuo. Sem argúcia e conhecimento de todas as tocaias,
o idealismo de nada vale. Conhecer o limite da esperteza para que não
se transforme de meio em fim, eis o desafio.
Não existe democracia sem povo culto.
O drama da política é ser uma atividade superior nem sempre
feita por homens e processos superiores.
O político não se faz importante apenas pelo que pensa,
mas pelo que possa representar entre o que pensa e o real.
O brasileiro é uma mistura de acomodação com esperança.
Um país é tanto mais evoluído quanto mais seu povo
participe das decisões.
Governar é administrar a imperfeição.
E você, o que pensa?
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