A flauta flauteia, porém não falha: ela fala. "Flautamiro"
jamais descarrila. Já o Altamiro, Carrilho. Vive na flauta? Não!
A flauta vive nele, desde menino. Ela o escolheu para escravo, sem saber que
era poeta, e fez do som alguns dos versos mais bonitos da música do Brasil.
Nada lhe "flauta": alegria, talento, saúde recuperada, disposição,
condição física para aquele sopro divino, ora alegre como
a passarada, ora nostálgico como a saudade. Altamiro é músico
de alta mira. Altamira, vista alta, lugar sempre superior de onde se descortina
o vale, o campo, as demais montanhas. O som de sua flauta percorre céus
e terras, as brasileiras, inteiras, e muito mundo afora, onde é considerado
dos maiores flautistas do século XX.. Digo e repito tudo isto, porque
a filha de Altamiro me dá notícias de sua melhora e entrada na
recuperação após cinco pontes de safena e uma infecção
inesperada posterior.
Nós seus amigos, além de admiradores, enfim respiramos aliviados.
Volte logo flautamiro.
Ainda a registrar, com alegria de alma, os setentinha do Sérgio Cabral,
uma das pessoas mais queridas por quem o conhece e mesmo por quem o vê
de longe. Costumo dizer que o Sérgio Cabral é o mais elevado ponto
de carioquice que uma pessoa pode atingir. Mais, impossível! Como sempre,
setenta anos comemorados com muita festividade, muito carinho, respeito e amizade,
além da admiração que, principalmente quem o conhece (como
este cronista há mais de 40 anos) sabe que ele e Magaly merecem. Faz
bem à alma ser amigo de uma pessoa tão especial.
Na linha dos aniversários, a Rede Globo e a TV Globo comemoraram com
justiça os sessenta anos de carreira de Léo Batista. Já
era hora. Acompanho-o desde a década de cinqüenta, quando, de gravatinha
borboleta, era o apresentador do programa de boxe, atração da
época, na falecida TV Rio. Depois trabalhamos juntos nos anos 70. Grande
caráter, ótimo profissional, um gostinho especial de se queixar;
e um coração de manteiga. Profissional de alto valor e tarimba.
O Luís Mendes, (outra pessoa que vale ouro) disse tudo na homenagem feita
no ar a Léo Batista.
Adoro falar bem de gente de alto teor de humanidade: como Sergio Cabral, Altamiro
Carrilho e Léo Batista.
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