A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
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Poema para Romário

(Artur da Távola)

Quando, há anos, cortaram Romário da seleção, escrevi um poema para ele e que não teve qualquer repercussão. Nenhuma pessoa gostou. Aquilo me animou. E não morreu ali. O poeta é como o goleador: insiste resiste por isso existe. Passada a festa do gol mil, fui ao poema e nele alterei o bastante. Em geral, o escritor gosta de textos seus para os quais ninguém liga e acha meio chatos os seus escritos mais apreciados. Capricorniano insistente comemoro abaixo minha visão poética, profética e cinética do baixinho, o rei do movimento.

Soslaio, fagulha, viés tinhoso,
corte, zás trás, diagonal
capeta, cutelo, catimba
raio, fulcro, ratchimbum
pimenta, tiro, subitaneidade
visão alerta de um sagüí.

Vento espantoso, rinha, aparição.
Brasil real, povo sofrido, catiripapo,
adestrado caipora, pixote,milgol,
piá, saci genial, pinimba, golmil
flash, fervor, flagrante, sacatrapa.
Sonso na área, sincero na vida,
funda, estilingue, bodoque, baladeira.
Deus olhou e disse: Esteéocara.

Menino livre, bola ou burica.
Pitaco, pitomba, pé no chão, carisma.
Cambeta, caramba,carambola,
Cambaio, campeão!
Lanceiro do gol, herói faceiro,
auto-suficiente guerreiro
do povo vencedor.

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