Quando nos tornamos maduros, só então descobrimos não ser
tão seguros, aptos e acabados como, quando moços, imaginávamos
serem os mais velhos. Ao contrário, aumentamos o conhecimento de nossas
limitações. E verificamos que eles possuíam as mesmas deficiências
e acertos nossos. Há uma tendência de se hiper valorizar o passado.
Essa tendência vive a nos assaltar a mente. Em compensação,
idealizamos menos a vida, os seres humanos, e ganha-se, aí sim, a madura
relatividade no julgamento de coisas e pessoas. Diminuem as opiniões,
aumentam as análises. Idosos cheios de opiniões e "verdades"
são pessoas que não evoluíram. Ou só evoluíram
no interior do tubo de idéias dentro no qual já pensavam. Estes
são os verdadeiros conservadores. Em qualquer idade...
Na política dá-se o mesmo, quando nela amadurecemos, descobrimos
que pessoas consideradas aptas e competentes, possuem as mesmas deficiências
do que nós. O que varia é o campo da competência e da incompetência
de cada um.
Quem só conhece política através do noticiário (
o verdadeiro conhecimento só vem com a militância) não tem
a menor noção de quem são e como são os políticos,
salvo os casos extremos de bom e mau caráter. Um político pode
ser ótimo parlamentar em Brasilia que isso não tem qualquer correspondência
com o que dele se sabe em seu Estado. O mesmo se aplica aos malandros e aos
desonestos. Eleitoralmente a realidade de Brasília é uma, e a
do Estado (domicílio eleitoral da fera), outra. Daí a importância
do voto distrital, acompanhado do distrital misto mas isso é assunto
para outra crônica.
Um bom político eleitoralmente falando é aquele que não
se esquece de se fazer presente em seu local de votação. Salvo
quando se torna um nome nacional e o noticiário da mídia as ele
constantemente se refere. Quer fazer uma prova? Lembre-se de quinze nomes de
Deputados federais de seu Estado.
Na esmagadora maioria dos casos (raríssimas e meritórias exceções)
o comportamento do político é comandado por interesses e complexidades
do lugar onde faz política. Raros têm uma visão abrangrnte
do País, da situação internacional e um conhecimento da
história das idéias políticas e sua aparente evolução;
Já opinião (que é quase sempre superficial), esta, é
que não falta. Quanto menos conhecimento, mais opinião, já
repararam?
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