Sim, a gente volta repleto de observações rabugentas que guardou
por um mês de silêncio. Vamos a elas que não cabem numa só
crônica:
· Não há dúvida que o Big Brother Brasil é
um dos maiores lixos da TV brasileira, incompatível com a média
dos programas da Rede Globo, muitos deles quilômetros á frente
dos demais canais. Mas jamais apareceu outro, anterior, tão imoral quanto
o atual em imagens, em conversas, em flagrantes, em abuso de nudez disfarçada,
uma grande bacanal de audiência. Tenho pena do Pedro Bial, um dos melhores
quadros da emissora e de nosso jornalismo, poeta qualificado, correspondente
internacional e ser humano da melhor qualidade, a ser usado por deveres profissionais,
para conferir um mínimo de cultura a um programa deletério, baseado
em delações, narcisismos, taquicardias perigosas e na mediocridade
alarmante, retrato que não pode ser o verdadeiro da média brasileira.
E se é, pobre de nossa gente.Sobretudo de nossa juventude.
· Já fui atleta, torcedor, ganhei até um título
de tricolor memorável do Fluminense. Quanta honra! Só que domingo
último percebi que o Fluminense acabou e não sabíamos.
Repararam na camisa com a qual enfrentou o Volta Redonda? Não? Era branca,
com um pequeno escudo do clube e em letras garrafais no peito: "UNIMED".
Foi o Unimed que tomou um esfrega do Volta Redonda. Justo, aliás.
· De há muito o vôlei e o basquete deixaram de ser de clubes:
é o Bradesco, é a Sul América, o Banespa, a Sadia, sei
lá, atentado ao sentido profundo do significado integrador e sociológico
dessa interessante comunidade humana chamada clube. Essa distorção
representa um avanço a mais do sistema econômico sobre o sentimento
verdadeiro e a idéias de aperfeiçoamento humano de sentido tão
lindo: amadorismo. Pois agora é o futebol. Só que eu torcia pelo
Fluminense. E não serei torcedor da Unimed. Primeiro porque em esporte
aceito o apoio de empresas, porém não torço por elas. Segundo
porque a verdadeira camisa do Fluminense era a clássica tricolor com
listras verticais. Em terceiro, porque demitiram o Marcão pelo telefone.
Que se danem então. Que viva o clube, que é magnífico nos
demais desportos e passe o futebol a não mais contar com o nome do falecido
Fluminense e, a partir de agora por Unimed Futebol S.A.
Quem quiser que torça!...
· A propósito da nota acima: não se mexe em, nem se alteram
símbolos, sejam pátrios, desportivos, etc.. A mística desaparece.
Os símbolos nos cercam e envolvem neste mundo. E não são
traduzíveis racionalmente, Quando alterados desaparece o sentido original
misterioso que aglutinou pessoas ou multidões.
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